Rio Xingu, onde deve ser construída a usina de Belo Monte: o país pode abrir mão do potencial da Amazônia? (Paulo Jares/VEJA)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2011 às 18h25.
Nova York - A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) está considerando adquirir, em parceria com sua subsidiária Light SA, uma fatia de 10% na usina hidrelétrica de Belo Monte, que está em construção no Norte do País.
Em uma coletiva de imprensa em Nova York, durante um evento para comemorar os dez anos de lançamento dos seus American Depositary Receipts (ADR), o executivo-chefe da Cemig, Djalma Morais, disse que a companhia também quer expandir suas operações para fora do Brasil, comprando ativos na América Latina e mesmo na Europa, já que considera fazer uma oferta por uma participação na portuguesa EDP. De acordo com Morais, a estratégia de crescimento da Cemig é alimentada pela combinação do acesso da companhia a empréstimos e a disponibilidade de ativos atraentes.
No caso de Belo Monte, a Cemig planeja uma joint venture com a Light que deteria uma participação de 10% na hidrelétrica, que terá capacidade de 11,2 mil megawatts. Se o projeto se concretizar, a Light seria a acionista controladora da parceria, com 51% das ações com direito a voto na joint venture, enquanto a Cemig ficaria com 49% das ações com direito a voto e 100% das ações sem direito a voto.
De acordo com o diretor financeiro, Luiz Fernando Rolla, a Cemig está negociando diretamente com a Eletrobras, apesar do fato de que a fatia na usina seria comprada de construtoras que querem sair do negócio. Ele se recusou a comentar o valor do investimento proposto.
A Cemig também está interessada na EDP, na qual o governo de Portugal planeja vender uma fatia de 21%. Segundo Rolla, a companhia provavelmente apresentará uma oferta juntamente com um parceiro brasileiro. Mas ele não revelou o nome desse parceiro. De acordo com Morais, a Cemig tem um interesse especial nos ativos da EDP em São Paulo e no Espírito Santo.
O executivo-chefe disse que a Cemig também está de olho no leilão de cinco linhas de transmissão no Chile, país no qual a companhia já opera. Uma opção seria uma parceria com a espanhola Abengoa ou a brasileira Alupar Investimento, ou até mesmo as duas, disse Morais. "É um bom momento para aquisições", comentou. As informações são da Dow Jones.