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Celebridades homenageiam Chávez e desafiam Washington

Sean Penn, Oliver Stone, Danny Glover e Michael Moore não pouparam elogios a Chávez, que morreu na última terça-feira, aos 58 anos

O reverendo americano Jesse Jackson (e) e o ator Sean Penn conversam durante o funeral de Hugo Chávez (AFP / Ho)

O reverendo americano Jesse Jackson (e) e o ator Sean Penn conversam durante o funeral de Hugo Chávez (AFP / Ho)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2013 às 10h51.

Los Angeles - Com um semblante sério, o ator Sean Penn compareceu nesta sexta-feira ao funeral de Hugo Chávez, em Caracas, uma presença de destaque entre celebridades de Hollywood que colocaram o presidente venezuelano em um pedestal, desafiando Washington e sua antipatia pelo regime.

O ator, conhecido por sua militância de esquerda, foi o único a comparecer ao funeral daquele que chamava de amigo, e faz parte de um grupo de atores e cineastas que homenagearam o polêmico chefe de Estado imediatamente após a sua morte.

Oliver Stone, Danny Glover e Michael Moore não pouparam elogios a Chávez, que morreu na última terça-feira, aos 58 anos, após quase 20 meses de luta contra o câncer.

"Era um grande herói para a maioria de seu povo e para todos os que lutam no mundo", afirmou o cineasta Oliver Stone, que entrevistou o presidente venezuelano para um documentário, em 2009.

"Odiado pelas classes bem-estabelecidas, Hugo Chávez permanecerá para sempre na História", acrescentou, em um comunicado, que terminava com a frase: "Meu amigo, descanse em paz, plenamente merecida."

O ator Danny Glover descreveu Chávez como "um paladino social": "Eu me uno a milhões de venezuelanos, de latino-americanos e amantes da liberdade em todo o mundo que o consideravam um paladino social da democracia centrada no povo."


Já Sean Penn, muito emocionado ontem, não deu declarações públicas no funeral do presidente venezuelano, com quem se encontrou em diversas ocasiões.

Ao receber a notícia de sua morte, o ator, que Chávez chamava de "amigo das causas justas", declarou que "os americanos perderam um amigo que sempre ignoraram. E os pobres de todo o mundo perderam um líder. Eu perdi um amigo com quem tinha a sorte de contar."

Esse apoio faz parte da longa tradição de Hollywood de ter um compromisso político, iniciada por Charlie Chaplin, acusado de ser comunista, e seguida por atores como Jane Fonda - taxada de antiamericana na questão do Vietnã - e George Clooney, detido no Sudão no ano passado.

Um compromisso que significa correr riscos, principalmente quando se vai de encontro aos interesses americanos.

"Os americanos em geral querem que seus astros digam publicamente o que os Estados Unidos fazem bem", explicou o professor da Universidade do Sul da Califórnia Steven Ross, especialista em relações entre a política e Hollywood.

"Eles não querem ouvir Jane Fonda, Sean Penn, Oliver Stone ou Danny Glover lhes dizer o que vai mal nos Estados Unidos, ou como presidentes estrangeiros que nem Chávez, apesar de todas as restrições (impostas), conseguiram fazer avançar a causa da democracia", acrescentou.

Sean Penn, Susan Sarandon e Tim Robbins, que mostraram sua oposição à guerra no Iraque, em 2003, "puderam manter suas carreiras, mas Chaplin e Edward Robinson, acusados de afinidade com o comunismo, viram seu brilho apagar".

Um risco que Sean Penn não teme correr: pouco antes de viajar a Caracas, apoiou abertamente o sucessor designado por Chávez. "A Venezuela e sua revolução irão perdurar sob a liderança estabelecida do vice-presidente Maduro".

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