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CDU escolhe sucessor de Merkel em “referendo” sobre política migratória

Delegados do partido da chanceler definem nova liderança, num evento que antecipa disputa pelo governo do país, prevista para 2021

Favoritos a suceder Merkel: Merz, Kramp-Karrenbauer e Spahn participam de evento em Dusseldorf (Thilo Schmuelgen/Reuters)

Favoritos a suceder Merkel: Merz, Kramp-Karrenbauer e Spahn participam de evento em Dusseldorf (Thilo Schmuelgen/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2018 às 06h57.

Última atualização em 7 de dezembro de 2018 às 07h16.

Na tarde desta sexta-feira 1001 delegados da União Democrata Cristã (CDU) se reúnem em Hamburgo para escolher o sucessor de Angela Merkel, primeira-ministra alemã, como líder do partido. Merkel lidera o governo alemão há 13 anos, e seu partido, há 18. Em outubro, ela anunciou a intenção de não se recandidatar a um novo mandato após 2021. Há enorme pressão nos bastidores políticos do país para que ela antecipe sua saída — políticos em fim de mandato perdem poder de decisão e de articulação.

Segundo a agência alemã DW, três candidatos são favoritos a suceder Merkel no CDU. A primeira é a secretária-geral Annegret Kramp-Karrenbauer, apelidada desde já de “mini Merkel” e defensora de uma mensagem de união do partido. Como governadora de um dos principais estados alemães, ela é a que tem maior experiência de gestão pública e é tida como a aposta mais segura. O segundo é Friedrich Merz, o “anti-Merkel”, presidente da filial alemã do fundo de investimentos BlackRock e crítico das políticas de migração da chanceler alemã. O terceiro é Jens Spahn, ministro da Saúde de 38 anos e também defensor de uma guinada à direita para o país.

O congresso desta sexta-feira virou um referendo sobre a líder alemã, especialmente sobre sua política de abrir as fronteiras do país a mais de um milhão de refugiados que deixaram o Oriente Médio em meio à guerra na Síria. Eleitores e membros antigos do CDU culpam as políticas de Merkel pela perda de popularidade do partido, que quase custou à chanceler a reeleição em 2017.

A perda de força do CDU também abriu caminho para o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AFD), voltar ao Parlamento pela primeira vez desde 1960. O AFD explorou as fraquezas de Merkel e, na base das redes sociais e das fake news, conquistou 13% dos votos nas eleições do ano passado. É um filme conhecido em outros países, e que pode influenciar as escolhas do CDU, nesta fria sexta-feira de outono em Hamburgo.

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