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Cazaquistão: não buscamos benefícios com negociações de paz

Segundo o vice-ministro das Relações Exteriores, objetivo é "fazer uma contribuição que ponha fim à guerra sangrenta que castiga a Síria"

Participantes do diálogo por cessar fogo na Síria em Astana, Cazaquistão, em 23/01/2017 (Mukhtar Kholdorbekov/Reuters)

Participantes do diálogo por cessar fogo na Síria em Astana, Cazaquistão, em 23/01/2017 (Mukhtar Kholdorbekov/Reuters)

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EFE

Publicado em 23 de janeiro de 2017 às 09h35.

Última atualização em 23 de janeiro de 2017 às 09h35.

Astana - O vice-ministro das Relações Exteriores do Cazaquistão, Roman Vassilenko, afirmou nesta segunda-feira que seu país não procura obter qualquer benefício econômico com as conversas de paz sobre a Síria, que estão acontecendo hoje em Astana, a capital do país centro-asiático.

"Nós não buscamos dividendos. A principal razão para acolher as negociações é que queremos fazer uma contribuição que ponha fim à guerra sangrenta que castiga a Síria durante seis anos", disse Vassilenko.

"Só esperamos que nosso papel contribua para fortalecer nosso status de país mantenedor da paz", acrescentou.

Além disso, o vice-ministro lembrou o papel do Cazaquistão na reconciliação de Rússia e Turquia após o incidente do avião de combate russo derrubado pelos turcos em novembro de 2015.

"Podemos dizer que, sem este processo de aproximação de Rússia e Turquia, iniciado pelo presidente do Cazaquistão no último ano, este diálogo não seria possível", disse Vassilenko.

"O Cazaquistão apenas proporciona uma plataforma para as conversas sírias, sem envolvimento no processo de negociação", explicou o vice-ministro.

As negociações em Astana, mediadas por Rússia, aliada do governo sírio, e Turquia, que apoia os grupos de oposição, serão indiretas, disse hoje à Agência Efe Osama Abu Zeid, porta-voz do Exército Livre Sírio (ELS).

O enviado presidencial especial da Rússia para as conversas da Síria, Alexander Lavrentiev, estará presente na reunião, assim como os vice-ministros das Relações Exteriores de Turquia e Irã.

Os Estados Unidos, por sua vez, finalmente só estarão representados nas conversas pelo embaixador americano no país, George Krol, uma situação que Vassilenko não considera como negativa.

"Devemos lembrar que os EUA não foram o propulsor destas negociações e o status da delegação americana deriva deste fator. Não acredito que ninguém questione o profissionalismo do diplomata George Krol", analisou Vassilenko.

Nessas conversas, que durarão dois dias e serão a portas fechadas, também participa uma delegação iraniana, liderada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da República Islâmica para Assuntos Árabes, Hossein Ansari, e estará presente o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.

A primeira rodada de conversas de paz na Síria começou esta manhã em Astana e está previsto que o diálogo termine amanhã.

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