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Catástrofes naturais mataram 600 mil pessoas em 20 anos

A organização destacou a importância de a Conferência do Clima (COP 21), que começa no dia 30 em Paris, chegar a um acordo


	Cidade japonesa após tsunami: maioria das mortes (89%) ocorreu em países mais pobres
 (AFP/Philippe Lopez)

Cidade japonesa após tsunami: maioria das mortes (89%) ocorreu em países mais pobres (AFP/Philippe Lopez)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2015 às 10h36.

A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou hoje (23) que as catástrofes naturais, cada vez mais frequentes, mataram cerca de 600 mil pessoas em 20 anos.

A organização destacou a importância de a Conferência do Clima (COP 21), que começa no dia 30 em Paris, chegar a um acordo.

Desde 1995, "as catástrofes meteorológicas mataram 606 mil pessoas, média de 30 mil por ano, deixando mais de 4,1 bilhões de feridos, desabrigados ou necessitados de ajuda emergencial", indicou um relatório do Gabinete da ONU para Redução dos Riscos de Catástrofes (UNISDR).

A maioria das mortes (89%) ocorreu em países mais pobres e causou perdas financeiras avaliadas em 1,8 bilhões de euros.

"O conteúdo deste relatório sublinha a importância de um novo acordo sobre alterações climáticas na COP21", em dezembro, afirmou a diretora do UNISDR, Margareta Wahlstorm, durante a apresentação do relatório.

A COP21 ocorrerá em Bourget, na região nordeste de Paris, de 30 de novembro a 11 de dezembro, para que 195 países, sob a égide das Nações Unidas, adotem um acordo mundial para frear o aquecimento climático do planeta.

O objetivo do encontro é conseguir o compromisso dos países participantes no sentido de conter a elevação da temperatura do planeta a 2 graus Celsius (ºC) desde a era pré-industrial.

"A alteração climática, a variabilidade climática e os fenômenos meteorológicos constituem uma ameaça à erradicação da pobreza extrema no mundo", explicou Margareta.

A diretora pediu aos países que, entre outras medidas, reduzam as emissões de gases de efeito estufa, melhorem a urbanização dos seus territórios e impeçam a degradação do ambiente.

De acordo com o relatório, que analisa apenas os últimos 20 anos, "as catástrofes climáticas são cada vez mais frequentes, sobretudo devido ao aumento consistente do número de inundações e tempestades".

Essa progressão vai continuar "nas próximas décadas", embora os cientistas ainda não tenham conseguido determinar em que medida o aumento desses fenômenos se deve às alterações climáticas, avisou a ONU.

Apenas as inundações representaram 47% das catástrofes climáticas entre 1995 e 2015 e afetaram 2,3 bilhões de pessoas, 95% das quais na Ásia.

Apesar de menos frequentes que as inundações, as tempestades foram as catástrofes climáticas mais letais, com 242 mil mortos.

Ao todo, os Estados Unidos e a China registaram o maior número de catástrofes climáticas desde 1995, devido à dimensão territorial.

A China e a Índia dominam a classificação dos países mais atingidos em termos de população afetada, seguidas por Bangladesh, Filipinas e Tailândia.

Na América, o Brasil lidera o ranking de população mais afetada e na África estão no topo da lista o Quênia e a Etiópia.

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