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Catar e Egito condenam palavras de ministro israelense sobre anexação da Cisjordânia

Bezalel Smotrich, responsável pelo Ministério das Finanças de Israel, disse que tanto Gaza quanto a Cisjordânia serão “tiradas para sempre” dos palestinos

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 12 de novembro de 2024 às 11h19.

Os governos de Catar e Egito, mediadores de uma trégua na Faixa de Gaza, descreveram como “grave escalada”, “extremistas” e “irresponsáveis” as declarações do ministro das Finanças israelense, Bezalel Smotrich, sobre a anexação da Cisjordânia ocupada por Israel.

"Representam uma violação flagrante do direito internacional e da resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Catar, que suspendeu sua mediação para uma trégua em Gaza no sábado passado devido à falta de progresso e "seriedade".

De acordo com o comunicado egípcio, “essas declarações irresponsáveis e extremistas refletem claramente a orientação israelense contra a opção de paz e indicam a ausência de um verdadeiro parceiro israelense capaz de tomar decisões corajosas em favor da paz”.

Ambos se referem às declarações feitas na segunda-feira por Smotrich, nas quais ele disse que tanto Gaza quanto a Cisjordânia serão “tiradas para sempre” dos palestinos.

Smotrich, que também é vice-ministro do Ministério da Defesa, responsável por assuntos civis na Cisjordânia ocupada, saudou o retorno de Donald Trump à Casa Branca como o momento ideal para alcançar a soberania israelense sobre os territórios ocupados.

Além disso, afirmou que havia instruído a divisão de administração de assentamentos do Ministério da Defesa, bem como a administração civil das Forças de Defesa de Israel na Cisjordânia, a começar a preparar a infraestrutura necessária para tomar o território.

“É uma escalada séria que prejudicaria as chances de paz na região, enquanto a guerra brutal sobre a Faixa de Gaza e suas horríveis repercussões continuam”, alertou o Ministério das Relações Exteriores do Catar.

Segundo o governo catariano, “as repetidas declarações israelenses contrárias aos direitos e resoluções internacionais revelam claramente que a ocupação é o único obstáculo a qualquer esforço para alcançar a paz e a estabilidade” no Oriente Médio.

A denúncia do Catar ocorre depois que Doha anunciou a suspensão de seus esforços de mediação para intermediar uma trégua em Gaza devido à falta de progresso nas negociações entre Israel e o grupo palestino Hamas.

O governo do Catar disse no sábado que retomará seus esforços de mediação, que vinha realizando com Egito e Estados Unidos, “quando houver seriedade suficiente” para chegar a um entendimento que permita uma troca de reféns por prisioneiros e ajuda aos civis em Gaza.

As negociações estão paralisadas desde o final de agosto devido a acusações mútuas de obstrução entre Israel e Hamas, e as tentativas dos mediadores em outubro para romper o impasse em relação a um acordo não produziram resultados.

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