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Catar consegue levar Copa pela primeira vez ao Oriente Médio

País que deve crescer 21% em 2011 prometeu construir nove estádios, um aeroporto e melhorar a rede ferroviária para abrigar a Copa do Mundo de 2022

Projeto do Estádio Lusail, que deve abrigar a abertura e a final da Copa em 2022 (Divulgação/Foster & Partners)

Projeto do Estádio Lusail, que deve abrigar a abertura e a final da Copa em 2022 (Divulgação/Foster & Partners)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 15h43.

Doha - As altas temperaturas do verão, que podem ultrapassar os 50 graus centígrados, e a preocupação com a falta de infraestrutura não impediram a Fifa de outorgar a Copa do Mundo de 2022 ao minúsculo Catar.

Será a primeira vez que o Oriente Médio organizará um evento esportivo global desse porte e os analistas afirmaram que a vitória do Catar na eleição desta quinta-feira contribuirá para melhorar o perfil global da região.

Provavelmente a Fifa foi influenciada pelo robusto desempenho financeiro do Catar, já que dinheiro não é problema para o maior exportador mundial de gás natural liquefeito.

A economia do país, com previsão de crescer até 15,5 por cento este ano, deve crescer impressionantes 21 por cento em 2011, permitindo que o Catar coloque o tanto de dinheiro que for necessário nos preparativos para 2022.

O país não deverá economizar na construção de estádios para o evento. O ultramoderno Estádio Lusail, ainda a ser construído, abrigará as partidas de abertura e de encerramento.

Com capacidade para 86 mil pessoas e cercado por água, levará quatro anos para ser construído e deverá ser finalizado em 2019.

País em construção

Nas propostas submetidas à Fifa, o Catar renovará três estádios e construirá nove a partir do zero. Os doze estádios ficarão em sete cidades-sede.

O custo total das obras e reformas é estimado em aproximadamente 3 bilhões de dólares. O país submeteu um orçamento de 645,5 milhões de dólares para organizar a Copa das Confederações em 2021 e a Copa do Mundo no ano seguinte, e prevê que 2.869.000 ingressos serão vendidos.

Ainda assim, muito ainda está por fazer e muitas pessoas se perguntam se mesmo 12 anos serão suficientes. O país ainda está sendo construído e boa parte de Doha, a capital, parece um canteiro de obras.

O Catar lançou um enorme programa de investimentos nos últimos anos para construir a infraestrutura necessária a fim de acomodar sua população que se expande com rapidez e agora é estimada em 1,7 milhão de habitantes.

Ao longo dos próximos cinco anos, o país construirá uma rede ferroviária de 25 bilhões de dólares, um novo aeroporto de 11 bilhões de dólares, um porto marítimo em águas profundas de 5,5 bilhões de dólares e um cruzamento de 1 bilhão de dólares ligando o novo aeroporto a megaprojetos na parte norte da capital.

O país também investirá outros 20 bilhões de dólares em estradas novas.

Os projetos para a conclusão de um sistema de metrô ligando todos os estádios até 2017 já estão em andamento. Assim, os locais ficarão a menos de uma hora de distância uns dos outros.

"O orçamento não é uma restrição", disse Jamal Al-Kaabi, gerente de rodovias e drenagem da Ashgal, a Autoridade de Obras Públicas do Catar.

Pairam dúvidas sobre a capacidade do Catar em lidar com a movimentação de cerca de 400 mil torcedores, muitos com orçamento restrito. Abrigar uma Copa do Mundo requer a capacidade para receber 32 times, seus torcedores e uma enorme presença da mídia.

O país atualmente tem cerca de 50 mil quartos de hotel e precisará de 60 mil para cumprir as exigências do organismo que regulamenta o futebol mundial. Os líderes da candidatura prometeram que em 2022 haverá 95 mil quartos disponíveis.

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