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Catalunha: Se governo impedir diálogo, independência será votada

Às 10h vencia o prazo dado por Rajoy para que Puigdemont esclarecesse se ele realmente declarou a independência da Catalunha durante a sessão plenária

Crise: o governo espanhol decidirá se ativa o artigo 155 da Constituição, que lhe permite assumir diretamente funções desempenhadas pelas autoridades regionais (Chris McGrath/Getty Images)

Crise: o governo espanhol decidirá se ativa o artigo 155 da Constituição, que lhe permite assumir diretamente funções desempenhadas pelas autoridades regionais (Chris McGrath/Getty Images)

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EFE

Publicado em 19 de outubro de 2017 às 07h59.

Barcelona - O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, afirmou nesta quinta-feira, em uma carta ao chefe do governo da Espanha, Mariano Rajoy, que se "persistir em impedir o diálogo", o Parlamento autonômico "poderá proceder a votação da declaração formal de independência" catalã.

Às 10h (horário local, 6h de Brasília) vencia o prazo dado pelo Gabinete de Rajoy para que Puigdemont esclarecesse se ele realmente declarou a independência da Catalunha durante a sessão plenária, no último dia 10, para decidir se toma medidas constitucionais com o objetivo de retornar à legalidade.

Em sua carta, o líder catalão pede um diálogo para a opção de renunciar essa declaração de independência que, afirma ele, o parlamento regional "não votou no dia 10" e, segundo acrescenta, a "suspensão (da declaração de independência) permanece vigente".

Agora, o governo espanhol decidirá se ativa o artigo 155 da Constituição, que lhe permite assumir diretamente funções desempenhadas pelas autoridades regionais.

"Apesar todos estes esforços e a nossa vontade de diálogo - diz Puigdemont -, que a única resposta (do governo) seja a suspensão da autonomia, indica que não há conhecimento do problema e que não quer falar".

No entanto, a vice-presidente do governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, declarou há alguns dias que o artigo 155 da Constituição não é para suspender o governo autônomo da região, mas para que se exerça "de acordo com a legalidade constitucional" o Estatuto de Autonomia da Catalunha.

A Espanha vive nas últimas semanas uma crise política desencadeada pelos passos dados pelos independentistas catalães para conseguir a separação da Catalunha, entre eles a realização, no dia 1º deste mês de um referendo ilegal e sem garantias.

O presidente catalão assumiu no último dia 10 o resultado dessa consulta favorável à separação, de acordo com os números das autoridades catalãs, mas deixou em suspenso a declaração de independência e defendeu um diálogo, com mediação, com o Governo de Madri.

O governo de Rajoy respondeu querendo que Puigdemont confirmasse se declarou ou não a independência, e pediu que ele dialogue com a oposição na Catalunha e no Parlamento espanhol.

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