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Catalunha pode declarar independência no fim de semana, diz líder

Carles Puigdemont disse que seu governo pedirá ao Parlamento regional para declarar independência depois de contar os votos do referendo de domingo

Carles Puigdemont: "devemos declarar independência 48 horas depois que todos os resultados oficiais forem contados" (Albert Gea/Reuters)

Carles Puigdemont: "devemos declarar independência 48 horas depois que todos os resultados oficiais forem contados" (Albert Gea/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 09h02.

Barcelona / Madri - A Catalunha pode declarar independência da Espanha já no fim de semana, disse o líder da região, Carles Puigdemont, deixando o país europeu mais próximo de uma ruptura que ameaça as fundações de sua democracia.

A crise constitucional abalou o euro e as ações e títulos espanhóis, e a SEAT, unidade da Volkswagen na Espanha, relatou uma interrupção em suas atividades na terça-feira devido a protestos. O Caixabank, da Catalunha, e o ministro da Economia espanhol procuraram tranquilizar os clientes dos bancos garantindo que seus depósitos estão seguros.

Puigdemont disse à rede BBC em comentários publicados nesta quarta-feira que seu governo pedirá ao Parlamento regional para declarar independência depois de contar os votos do referendo de domingo, que Madri considerou ilegal.

Os comentários vieram a público depois que o rei espanhol Felipe 5º acusou líderes separatistas na terça-feira de destruírem os princípios democráticos e de dividirem a sociedade catalã. Enquanto isso, dezenas de milhares de pessoas protestaram contra a repressão violenta da polícia espanhola na votação de domingo.

"Devemos declarar independência 48 horas depois que todos os resultados oficiais forem contados", disse Puigdemont, segundo comentários publicados no site da BBC.

"Isto provavelmente terminará assim que recebermos todos os votos do exterior, no final de semana, e por isso provavelmente agiremos durante o final de semana ou no começo da próxima semana".

Puigdemont deve fazer um pronunciamento ainda nesta quarta-feira.

A Espanha estremeceu com o referendo catalão e com a reação da polícia espanhola, que usou cassetetes e balas de borracha para impedir as pessoas de votarem. Centenas de pessoas ficaram feridas, gerando cenas que provocaram repúdio em todo o mundo.

Os catalães foram às ruas na terça-feira para condenar a ação policial, interrompendo o tráfego das ruas, o transporte público e os negócios e despertando o temor de uma intensificação dos tumultos em uma região que representa um quinto da economia da nação.

A pior crise espanhola em décadas afetou o euro e elevou acentuadamente os custos dos empréstimos para Madri, e os bancos lideraram uma queda nas ações espanholas nesta quarta-feira.

O titular da Economia, Luis de Guindos, tentou apaziguar os receios de investidores e consumidores. "Os bancos catalães são bancos espanhóis, e os bancos europeus são sólidos e seus clientes não têm o que temer".

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