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Caso Strauss-Kahn amplia pressão por mudança na seleção para FMI

A prisão do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional pode dar mais voz a países emergentes nos órgãos internacionais

Strauss-Kahn acusado de crimes sexuais: segundo pesquisador da Brookings Institution, representantes de Cingapura, África do Sul e Turquia são cotados para o cargo (Harold Cunningham/Getty Images)

Strauss-Kahn acusado de crimes sexuais: segundo pesquisador da Brookings Institution, representantes de Cingapura, África do Sul e Turquia são cotados para o cargo (Harold Cunningham/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2011 às 14h28.

Washington - A prisão do diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, pode impulsionar uma mudança para que o Brasil e outros mercados emergentes tenham mais voz na seleção dos chefes do FMI e do Banco Mundial.

Strauss-Kahn, 62, foi acusado de tentar estuprar uma camareira de hotel em Nova York e seu advogado disse que ele iria se declarar inocente. O ex-ministro de Finanças da França foi escolhido em 2007 para um mandato de cinco anos no FMI, mantendo um acordo informal que vem desde o fim da II Guerra Mundial, pelo qual um europeu comanda o FMI e um americano, o Banco Mundial.

Autoridades como o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega, dizem que o acordo sacrifica o mérito em prol de um acordo diplomático e não reconhece a ascensão da influência econômica de países em desenvolvimento, que podem crescer mais que o dobro da taxa dos países desenvolvidos este ano. A prisão vai dar munição extra aos países emergentes, disse Eswar Prasad, pesquisador da Brookings Institution em Washington.

“Este evento parece colocar em jogo a liderança e estrutura de governança do FMI de uma maneira dramática e surpreendente”, disse Prasad, ex-funcionário do IMF. Ele disse que é “indefensável” a manutenção do cargo por Strauss-Kahn e que os europeus podem não ser capazes de manter o controle do posto.

Prasad disse que entre os candidatos potenciais para o cargo estão o ministro da Fazenda de Cingapura, Tharman Shanmugaratnam, o ex-ministro das Finanças da África do Sul Trevor Manuel e Kemal Dervis, que foi ministro de Assuntos Econômicos da Turquia na época em que seu país obteve ajuda do Fundo.

O número 2 do FMI, John Lipsky, disse na semana passada que deixaria o Fundo no fim do seu mandato, em 31 de agosto. Lipsky está como diretor-gerente interino durante a ausência de Strauss-Kahn de Washington. A Justiça de Nova York determinou a detenção de Strauss-Kahn sem fiança.

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