Reunião do grupo foi suspensa pelo líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, convocou a sessão do plenário (Wilson Dias/ABr)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2011 às 18h36.
São Paulo - A entrada em cena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir, na prática, a articulação política do governo Dilma Rousseff, no auge da crise envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, pode enfraquecer politicamente o atual governo e trazer consequências negativas para a imagem da presidente. Essa é a avaliação do cientista político e pesquisador da PUC de São Paulo e FGV de São Paulo Marco Antonio Carvalho Teixeira.
"A maneira como o governo Dilma vem conduzindo o imbróglio do enriquecimento do ministro Palocci passa a imagem de que não está havendo capacidade para administrar a crise e que a coordenação deste processo não está nas mãos da presidente, por isso, foi necessário chamar um bombeiro para apagar o incêndio, neste caso o ex-presidente Lula", destacou Carvalho Teixeira. Para ele, este fato deve trazer consequências negativas para a imagem de Dilma, "justamente num momento em que ela estava fragilizada fisicamente por causa da pneumonia que contraiu".
Além do fato de precisar da ajuda de Lula para tentar estancar a crise relacionada a Palocci, o cientista político avalia que, ao colocar a "tropa de choque" para blindar o ministro-chefe da Casa Civil, o governo Dilma acabou levando a crise para dentro do próprio governo. "O que é muito complicado, porque o caso envolve muito dinheiro e, até o momento, o ministro Palocci não encontrou uma explicação lógica para explicar o enriquecimento."
Para Carvalho Teixeira, a maneira do governo Dilma conseguir superar essa crise é manter a coesão da base governista. "O que não deverá ser tarefa fácil", complementa ele, citando como exemplo a derrota que o governo sofreu ontem na Câmara dos Deputados, na aprovação do novo Código Florestal, cujo principal condutor do processo, o relator (deputado Aldo Rebelo, do PCdoB-SP) é da base governista.