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'Cashback' das tarifas: o plano de Trump para o benefício de US$ 2 mil

O presidente não detalhou critérios de elegibilidade nem prazos para o pagamento do benefício

Donald Trump: presidente anunciou medida no último domingo, 9, no Truth Social (Jim Watson/AFP)

Donald Trump: presidente anunciou medida no último domingo, 9, no Truth Social (Jim Watson/AFP)

Publicado em 10 de novembro de 2025 às 15h10.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende distribuir pagamentos diretos de pelo menos US$ 2.000 para a maioria dos americanos, excluindo os de alta renda.

A medida, segundo ele, seria financiada com a arrecadação das tarifas impostas sobre importações — uma das marcas de sua política econômica. O anúncio ocorre em meio a discussões na Suprema Corte sobre a legalidade das taxas.

Trump afirmou nas redes sociais que os recursos obtidos com as tarifas ajudariam também a reduzir a dívida pública e declarou que os EUA são “o país mais rico e respeitado do mundo”. O presidente, no entanto, não detalhou critérios de elegibilidade nem prazos para o pagamento do benefício.

Em outras ocasiões, Trump sugeriu devolver aos cidadãos parte das economias obtidas com cortes de gastos e redução de pessoal no funcionalismo público, medidas conduzidas pelo Departamento de Eficiência Governamental (Doge), dirigido por Elon Musk até 30 de maio.

Durante a pandemia, no governo de Joe Biden, os EUA pagaram aos cidadãos americanos um "auxílio emergencial" de US$ 1.400.

Aproximação com eleitor

O anúncio aconteceu em meio a crescentes críticas sobre o custo de vida nos EUA e à pressão política após derrotas republicanas em eleições locais.

Para o jornal americano The New York Times, o novo benefício pode ser visto como uma tentativa do presidente de se conectar com essa pauta do custo de vida elevado e de se reaproximar do eleitorado.

Pesquisas recentes, como uma da NBC News, mostram que apenas 30% dos eleitores acreditam que Trump esteja cumprindo as promessas de conter a inflação e melhorar a acessibilidade econômica.

Nos últimos dias, a Casa Branca tem defendido as políticas adotadas por Trump e culpado o governo anterior, de Joe Biden, pela situação econômica atual.

“O presidente Trump vem enfrentando de forma agressiva a crise de inflação e de custo de vida deixada por Joe Biden desde o primeiro dia de seu mandato, quando assinou uma série de ordens executivas para reduzir os custos de energia e de regulamentação”, disse Kush Desai, porta-voz da Casa Branca, em comunicado.

Apesar do otimismo do governo, os indicadores oficiais mostram que a inflação continua resistente. Trump insiste que os custos caíram e cita relatórios de varejistas como o Walmart para ilustrar essa tese.

Por exemplo, ele referiu-se a uma cesta de Ação de Graças da Walmart que, segundo o varejista, custaria cerca de 25% menos em 2025 do que em 2024. Analistas apontam, no entanto, que a redução de custos se deve a menos itens incluídos na cesta deste ano.

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