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Casamento tira da Igreja Católica mil padres por ano

Com mil "deserções" por ano para o casamento, não seria a hora de a Igreja Católica rever a ordenação de homens casados?

Padres da Igreja Católica (Joe Klamar/AFP/AFP)

Padres da Igreja Católica (Joe Klamar/AFP/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 09h02.

Vaticano - O assunto não é novo. Mas voltou a ser lembrado esta semana entre as paredes do Vaticano, graças à intervenção do episcopado belga. Com mil "deserções" por ano para o casamento, não seria a hora de a Igreja Católica rever a ordenação de homens casados? O tema acabou não avançando, mas pode até ser retomado no ano que vem, quando haverá um sínodo específico sobre a Amazônia.

O tema, polêmico, foi lançado pelo auxiliar de Bruxelas, d. Jean Kockerols, a seus cerca de 300 colegas de episcopado que participaram até ontem do encontro voltado para discussão de vocações juvenis.

A diminuição do número de sacerdotes em todo o mundo é um dos fenômenos que mais afeta a Igreja Católica no mundo - há crescimento apenas na África e na Ásia. Indagado em várias ocasiões, o papa Francisco recordou que a proibição de ordenar padres não faz parte da doutrina inicial da Igreja - que permitiu o casamento até o século 11.

Uma investigação independente, apresentada no Vaticano em pleno Sínodo, aponta para a perda de 60 mil sacerdotes nas últimas décadas - pessoas que deixaram a batina para casar. O estudo corrobora outro levantamento, de 2007, que apontava para a perda de 69 mil padres, com essa motivação, entre 1964 e 2004. Em 2016, havia 414 mil sacerdotes católicos em todo o mundo. Segundo o vaticanista italiano Enzo Romeo, são mil abandonos por ano.

O tema pode voltar com força no ano que vem. Um documento preparatório para o Sínodo da Amazônia, publicado em junho, observou que "o clamor de milhares de comunidades privadas da Eucaristia" precisa ser ouvido. E sugere o ordenamento "viri probati" - de homens idosos, casados, mas com caráter e reconhecimento da comunidade (uma ideia que teria aval do papa Francisco, segundo jornais alemães). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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