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Casamento hetero é essencial para a criança, diz Vaticano

Texto apresentado hoje no Vaticano afirma que a educação e a procriação têm "seu fundamento no amor conjugal entre um homem e uma mulher"


	O papa Francisco é saudado por fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano
 (Vincenzo Pinto/AFP)

O papa Francisco é saudado por fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano (Vincenzo Pinto/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2015 às 10h55.

Cidade do Vaticano - O Vaticano voltou a afirmar nesta terça-feira que o casamento heterossexual é "a base indispensável para a formação integral da criança" no documento preparatório do próximo Sínodo da Família.

O texto, conhecido como "Instrumentum Laboris" ("Documento de Trabalho"), traz as respostas das conferências episcopais de todo o mundo e que servirão para preparar a 14ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos que será realizada entre 4 e 25 de outubro.

Um dos temas abordados é o da adoção. Para o Vaticano é importante dar as crianças sem lar uma atenção especial.

"Sobre isso, foi destacada a importância de afirmar que a educação de um filho deve se basear na diferença sexual, assim como na procriação", ressalta o escrito.

O texto, apresentado hoje no Vaticano, afirma que a educação e a procriação têm "seu fundamento no amor conjugal entre um homem e uma mulher, que constitui a base indispensável para a formação integral da criança".

O Vaticano considera que "a realidade da adoção deve ser valorizada e aprofundada, também no seio da teologia do casamento e da família".

As discussões do Sínodo de outubro serão guiadas por este documento, redigido com as respostas das conferências episcopais ao questionário enviado pela Santa Sé e com o relatório final do Sínodo Extraordinário do outubro do ano passado.

Articulado em três partes, este relatório repassa outros temas do âmbito familiar, como o homossexualismo, o aborto, a eutanásia, a viuvez e os casais de diferentes credos.

Sobre os homossexuais, o texto reitera o resultado do Sínodo Extraordinário, que considerou que "não existe fundamento algum para assimilar ou estabelecer analogias entre as uniões homossexuais" e as heterossexuais.

No entanto acrescenta como novidade que "os homens e as mulheres com tendências homossexuais devem ser amparados com respeito e delicadeza" e considera "desejável" que os projetos pastorais deem "atenção específica ao acompanhamento das famílias" que contam com membros homossexuais.

Em relação a eutanásia e o aborto, o Vaticano insiste em que "a vida é um presente de Deus e, por isso, não pode ser descartada nem em seu começo nem no fim".

"Ao contrário, é necessário garantir a estas fases uma atenção especial. Hoje, muito facilmente, 'se considera o ser humano como um bem de consumo que pode ser usado e jogado fora'", diz o documento parafraseando a exortação apostólica do papa Francisco, Evangelii Gaudium (A alegria no Evangelho, de 2013).

E acrescenta: "É tarefa da família, apoiada por toda a sociedade, acolher a vida que nasce e ocupar-se de sua última fase".

A viuvez, para os bispos, é "uma experiência particularmente difícil para os que viveram o casamento como um presente do Senhor" e, caso não contem mais com parentes, "deverão ser apoiados pela comunidade cristã", sobretudo, "se estiverem em condições de indigência".

O documento assinala que os casamentos mistos, em questão de culto, apresentam aspectos "de difícil solução" e diz que "seria preciso elaborar um código de boa conduta de tal modo que nenhum cônjuge seja um obstáculo ao caminho da fé do outro".

"Alguns sugerem que os casamentos mistos devem ser considerados casos de 'grave necessidade' nos quais seja possível batizar fora da plena comunhão com a Igreja Católica", acrescenta.

No texto se constata ainda a existência de uma "mudança antropológica" na sociedade atual na qual "os casamentos, religiosos ou não, diminuem enquanto o número de separações e de divórcios aumenta".

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