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Casal cigano é acusado por sequestro de menina na Grécia

O casal, um homem de 39 anos e sua esposa de 40 anos tiveram sua prisão decretada por um tribunal de Larissa, no centro da Grécia

Menina não identificada encontrada em um acampamento de Roms (AFP)

Menina não identificada encontrada em um acampamento de Roms (AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de novembro de 2013 às 12h38.

Atenas - Um casal de ciganos foi acusado nesta segunda-feira na Grécia de sequestrar uma menina apelidada de "anjo louro", cuja descoberta provocou uma enxurrada de telefonemas de pais de crianças desaparecidas.

O casal - um homem de 39 anos e sua esposa de 40 anos - teve sua prisão decretada por um tribunal de Larissa, no centro da Grécia, acusado de sequestrar a criança, informou seu advogado, Konstantinos Katsavos, à AFP.

Eles enfrentam uma pena de entre 10 e 20 anos de prisão se forem condenados.

A polícia encontrou a menina loira, de olhos verdes e que se chama Maria em um acampamento de ciganos na cidade de Farsala, no centro do país, na quarta-feira, e o casal foi preso depois que exames de DNA mostraram que eles não tinham parentesco com ela.

A descoberta da menina teve um forte impacto nos pais de crianças desaparecidas em todo o mundo, incluindo os pais da menina britânica Madeleine McCann, que desapareceu em Portugal em maio de 2007.

Embora inicialmente tenha sido descrita como tendo quatro anos, o chefe da associação de caridade grega "Smile of the Child", que assumiu temporariamente a custódia da menina, afirmou que avaliações dentárias sugerem que Maria tem entre cinco e seis anos.

Enquanto a polícia acredita que ela pode ter sido raptada no momento de seu nascimento, o casal afirma que ela foi abandonada pela mãe biológica, que, segundo eles, é búlgara, porque não podia criá-la.


"Trata-se de uma mulher que não podia criar a menina e que, por intermédio de um terceiro, a confiou ao casal em 2009, pouco depois de seu nascimento", afirmou no fim de semana uma das advogadas do casal, Marietta Palavra.

"Não houve nenhum sequestro, roubo, tráfico", insistiu seu colega Konstantinos Katsavos, que também representa o casal.

"Eles não compraram a criança", acrescentou.

"Sabemos que os pais (da menina) eram provenientes da Bulgária", declarou Marios Sainopoulos, um representante da comunidade cigana na Grécia, à Skai TV nesta segunda-feira.

"A mãe deu a criança porque ela não poderia criá-la... a criança não foi sequestrada", insistiu.

A "Smile of the Child" declarou ter recebido milhares de ligações e e-mails em resposta à cobertura da mídia internacional da descoberta de Maria.

"Até domingo à noite, recebemos mais de 8.000 ligações e milhares de e-mails", declarou à AFP Panagiotis Pardalis, porta-voz da instituição.


Ele afirmou que o site da associação foi acessado mais de 200.000 vezes e sua página do Facebook recebeu meio milhão de visitas.

"Fomos contactados tanto por famílias (de crianças desaparecidas) quanto por outras pessoas, (que nos ligam do exterior) enviando fotografias e outras informações. Transferimos todas as informações à polícia", declarou.

"Temos, inclusive, chamadas de Japão e África do Sul agora", afirmou Stefanos Alevizos, um psicólogo da organização, à Skai TV.

"Este caso tem provocado um enorme interesse internacional. Ele trouxe à tona a questão do tráfico de crianças e deu esperança para tantos pais cujos filhos estão desaparecidos", afirmou Pardalis.

As autoridades gregas estão trabalhando com a Interpol para localizar os pais biológicos de Maria em um nível europeu de pesquisa, de acordo com uma fonte da polícia.

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