Soldado em Hebron: por volta das 4h local os atacantes romperam umas das janelas e lançaram ao interior um coquetel molotov (Mussa Qawasma/Reuters)
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2014 às 09h40.
Jerusalém - Uma família palestina do sul de Hebron denunciou nesta quarta-feira que sua casa foi alvo, na madrugada de terça-feira, de um ataque de colonos judeus que lançaram um coquetel molotov para dentro do imóvel.
O fato, noticiado pela agência oficial 'Wafa' e que é investigado pela polícia israelense, ocorreu na madrugada passada na aldeia al-Dairat, no sul da Cisjordânia.
Segundo um membro da família Adara, por volta das 4h local (22h, em Brasília) os atacantes romperam umas das janelas e lançaram ao interior um coquetel molotov que incediou a sala da casa, enquanto os dez membros da família dormiam em um quarto superior.
'Felizmente ninguém estava no sala', disse à edição digital do jornal israelense 'Yedioth Ahronoth' um dos moradores da aldeia, que acusou dois colonos de ter perpetrado o ataque.
'Antes do amanhecer, distinguiram dois colonos que pararam seu carro junto à estrada e correram rumo a um dos edifícios. Escreveram algo rapidamente na parede e ao mesmo tempo lançaram o coquetel incendiário. Não pudemos capturar porque estávamos ocupados com o incêndio', assegurou.
Na fachada do edifício os atacantes deixaram uma pintura na qual é possível ler em hebraico a palavra 'Vingança', uma inscrição frequente em outros ataques contra propriedade palestina perpetrados por radicais judeus residentes nos territórios ocupados.
Por sua vez, o chefe do vizinho conselho dos assentamentos judaicos de Har Hebron, Yohai Damari, pediu prudência na hora de culpar os colonos de todos os males que ocorrem contra os palestinos.
'Proponho que todos esperem que termine a investigação e aprendam com os erros do passado, quando colonos foram acusados de todo tipo de danos e, no final, a investigação provou que se tratava de algo que não ocorreu', declarou.
O prefeito se referia ao incêndio que recentemente foi registrado em uma mesquita do norte da Cisjordânia, do qual os colonos judeus foram acusados, mas que na realidade foi fruto de um curto-circuito.