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Casa Branca tenta manobra para desacelerar impeachment de Trump

Manobra acontece no final de uma semana turbulenta para o presidente americano, que atacou democratas, repórteres e qualquer um que surgisse no caminho

Donald Trump: presidente americano luta contra o inquérito de impeachment aberto na Câmara dos Deputados (Drew Angerer/Getty Images)

Donald Trump: presidente americano luta contra o inquérito de impeachment aberto na Câmara dos Deputados (Drew Angerer/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 4 de outubro de 2019 às 12h15.

Washington — A batalha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o inquérito de impeachment aberto na Câmara dos Deputados não desacelerou o ímpeto dos democratas para investigar se ele buscou uma vantagem política pessoal exortando a Ucrânia a investigar o adversário democrata Joe Biden.

Mas a Casa Branca mudou de tática e planeja argumentar que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, precisa da aprovação da Casa em uma votação no plenário para instalar formalmente um inquérito de impeachment, segundo uma fonte a par da iniciativa.

Sem uma votação, advogados da Casa Branca acreditam que Trump pode ignorar as solicitações dos parlamentares, disse a fonte, o que significa que os tribunais federais supostamente teriam que tomar uma decisão e poderiam frear a marcha rumo ao impeachment.

Uma carta da Casa Branca argumentando que Pelosi precisa convocar uma votação na Câmara pode ser enviada ao Capitólio ainda nesta sexta-feira, segundo a fonte. Isso coincidiria com os planos do Comitê de Inteligência liderado pelos democratas de emitir mais intimações nos próximos dias enquanto prossegue com a investigação.

A manobra de Trump vem no final de uma semana turbulenta para ele, que atacou democratas, repórteres e qualquer um que surgisse no caminho para se queixar de que está sendo acusado injustamente e que não fez nada de errado.

Democratas querem provar que Trump buscou uma vantagem política pessoal ao pedir ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, durante um telefonema de 25 de julho para que este investigasse Joe Biden e seu filho, Hunter, que foi remunerado por uma empresa de gás da Ucrânia.

O ex-vice-presidente Joe Biden aparece nas pesquisas de opinião na dianteira dos 19 democratas que lutam pela indicação do partido para enfrentar Trump na eleição de novembro de 2020.

Trump vê o inquérito de impeachment como uma sequência do assédio da investigação sobre acusações de que ele se mancomunou com a Rússia na campanha presidencial de 2016, que foi incapaz de afastá-lo do cargo.

Na quinta-feira, Trump criou nova polêmica ao dizer que "a China deveria iniciar uma investigação sobre os Biden" devido aos laços comerciais de Hunter Biden com China, voltando a convidar uma interferência estrangeira em uma eleição presidencial dos EUA.

Também na quinta-feira, Kurt Volker, que renunciou ao cargo de representante especial nas negociações com a Ucrânia, depôs aos Comitês de Relações Exteriores, Inteligência e Supervisão da Câmara durante mais de oito horas e entregou mensagens de texto entre ele, diplomatas em Kiev e outros envolvidos com a Ucrânia que ofereceram o primeiro relato de primeira mão das tratativas do verão passado entre Washington e Kiev.

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