Mundo

Casa Branca retira credencial de jornalista após discussão com Trump

A credencial do correspondente da CNN na Casa Branca foi retirada por um agente do Serviço Secreto americano

Donald Trump discutindo com o jornalista Jim Acosta: A credencial permanente permite a um grupo seleto de jornalistas entrar e sair livremente da Casa Branca e cobrir o dia a dia do presidente. (Mark Wilson/Getty Images)

Donald Trump discutindo com o jornalista Jim Acosta: A credencial permanente permite a um grupo seleto de jornalistas entrar e sair livremente da Casa Branca e cobrir o dia a dia do presidente. (Mark Wilson/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 06h39.

Última atualização em 8 de novembro de 2018 às 12h04.

Washington, 7 nov - A Casa Branca retirou nesta quarta-feira a credencial permanente de Jim Acosta, jornalista da emissora "CNN", que horas antes havia discutido com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em uma tensa entrevista coletiva.

"Como resultado do incidente de hoje, a Casa Branca suspende a credencial permanente do jornalista envolvido até novo aviso", disse em comunicado a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

A credencial de Acosta, correspondente da "CNN" na Casa Branca, foi retirada em sua saída do edifício presidencial por um agente do Serviço Secreto americano, segundo um vídeo do momento compartilhado pelo próprio jornalista no Twitter.

 

A credencial permanente permite a um grupo seleto de jornalistas entrar e sair livremente da Casa Branca e cobrir o dia a dia do presidente.

O incidente que gerou a decisão da Casa Branca sobre Acosta ocorreu horas antes durante uma entrevista coletiva na qual Trump avaliou os resultados das eleições de meio de mandato realizadas nesta terça-feira.

O jornalista da "CNN" se enredou em uma tensa discussão com Trump, que, depois de responder a várias das suas perguntas, lhe retirou a palavra.

"Largue o microfone... Te direi uma coisa, a 'CNN' deveria estar envergonhada de si mesma por ter você trabalhando para eles. É um mal-educado, uma pessoa terrível", disse Trump enquanto Acosta disputava o microfone com uma estagiária da Casa Branca.

A Casa Branca se referiu a este fato em particular para justificar a suspensão da credencial.

"Trump acredita na liberdade de imprensa e espera perguntas difíceis sobre ele e seu governo. No entanto, nunca toleraremos que um jornalista ponha suas mãos sobre uma jovem mulher que só está tentando fazer seu trabalho como estagiária da Casa Branca. Este comportamento é inaceitável", declarou Sanders no comunicado.

"Que a CNN esteja orgulhosa da forma como seu empregado tem se comportado não é só asqueroso, mas é um exemplo do seu degradante desprezo por todos, incluindo as mulheres jovens, que trabalham neste governo", acrescentou.

Como resposta ao comunicado de Sanders, Acosta foi lacônico: "Isto é mentira".

Em comunicado posterior, a Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA, em inglês) considerou como "inaceitável" e "fora de lugar" a suspensão da credencial de Acosta e pediu que esta seja devolvida.

"A WHCA se opõe energicamente à decisão do governo Trump de utilizar as credenciais de segurança do Serviço Secreto como ferramenta de castigo a um jornalista com o qual tem uma difícil relação", declarou.

"Instamos a Casa Branca a reverter imediatamente esta ação frágil e equivocada", acrescentou.

"A porta-voz, Sarah Sanders, mentiu. Proporcionou acusações fraudulentas e citou um incidente que nunca aconteceu. Esta decisão sem precedentes é uma ameaça à nossa democracia", lamentou, por sua vez, a "CNN".

Acompanhe tudo sobre:CNNDonald TrumpEstados Unidos (EUA)JornaisJornalistasLiberdade de imprensa

Mais de Mundo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de distância de um cessar-fogo, diz embaixador israelense

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai