Agência de Notícias
Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 07h52.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2025 às 07h54.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou nesta terça-feira, 25, que foram estabelecidas novas regras para veículos de imprensa e que o próprio governo decidirá quais jornalistas poderão fazer perguntas a Donald Trump, uma tarefa que até agora correspondia exclusivamente à Associação de Correspondentes da Casa Branca (WHCA), que era responsável por selecioná-los.
Em entrevista coletiva, Leavitt anunciou que, a partir de agora, será o governo que vai selecionar os membros do chamado “pool”, o pequeno grupo de jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas que faz a cobertura jornalística do presidente dos EUA em seus atos.
“De agora em diante, a equipe de imprensa da Casa Branca determinará quem compõe o pool de imprensa”, declarou ela.
Há quase um século, a tradição na Casa Branca é que o "pool" cubra o presidente, já que não há espaço suficiente para as centenas de jornalistas que querem acompanhar seus atos no Salão Oval, em outras salas onde ele faz discursos ou mesmo no Air Force One, o avião presidencial.
A seleção dos jornalistas com acesso a esse pool tem sido tradicionalmente responsabilidade da WHCA, fundada em 1914 por jornalistas em resposta a um boato infundado de que um comitê do Congresso queria decidir quais profissionais de imprensa poderiam participar das entrevistas coletivas do então presidente Woodrow Wilson.
O trabalho da WHCA tem sido defender um maior acesso para as centenas de jornalistas que cobrem a Casa Branca diante das tentativas de vários governos de restringir esse acesso.
Além disso, ela seleciona, por meio de um processo rigoroso, os membros do “pool” que têm permissão para participar de eventos presidenciais e que atuam como os olhos e ouvidos dos outros jornalistas.
O grupo de jornalistas que acompanham o presidente geralmente é composto de 13 a 14 pessoas, embora em alguns casos possa chegar a 20. Dentro desse grupo, há jornalistas designados como “poolers” para diferentes meios: um para a imprensa escrita, um para o rádio e um para a televisão.
As mudanças anunciadas pela Casa Branca ainda não foram definidas e não se sabe como serão implementadas.
Essa medida surge no contexto de um confronto com a agência de notícias Associated Press (AP), à qual o governo americano restringiu o acesso ao “pool”, impedindo-a de fazer perguntas a Trump, devido à sua decisão de continuar chamando o Golfo do México pelo seu nome tradicional, em vez do novo termo “Golfo da América” adotado pelo presidente.
A AP entrou com uma ação na justiça, argumentando que a decisão de Trump viola o direito da Primeira Emenda da Constituição à liberdade de imprensa. No entanto, um juiz decidiu na segunda-feira que o governo poderia continuar vetando seu acesso, embora tenha pedido que reconsiderasse a decisão.