Imigração nos EUA: estado do Texas é uma das principais portas de entrada de imigrantes ilegais (AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 10h55.
O governo de Joe Biden voltou a denunciar, no domingo, 14, a obstrução por parte do Texas da patrulha fronteiriça de acesso a um setor da fronteira com o México, após o afogamento de três migrantes.
Apoiador declarado de Donald Trump, que fez da luta contra a imigração uma questão prioritária da sua campanha eleitoral, o governador republicano Greg Abbott desafia abertamente a autoridade do governo Biden, que acusa de ter causado uma crise migratória na fronteira.
"Na noite de sexta-feira, uma mulher e duas crianças morreram afogadas perto de Eagle Pass, e as autoridades do Texas impediram a Polícia de Fronteira dos EUA de tentar ajudá-los", disse no domingo o porta-voz da Casa Branca, Angelo Fernandez Hernandez.
"À medida que continuamos estabelecendo os fatos destas mortes trágicas, uma coisa é clara: as manobras políticas do Governador Abbott são cruéis, desumanas e perigosas. A Polícia de Fronteira deve ter acesso às fronteiras para fazer cumprir as nossas leis", acrescentou o porta-voz.
À noite, a Chancelaria do México confirmou em comunicado que as três vítimas eram mexicanas e que os corpos já haviam sido recuperados pelas autoridades locais.
O governo mexicano, acrescenta, irá "acompanhar as exigências" da Casa Branca contra o Texas pelas medidas implementadas na fronteira e que "potencialmente impactam os protocolos de assistência e resgate aos migrantes".
Por sua vez, um legislador democrata do Texas, Henry Cuellar, acusou a Guarda Nacional do Texas, que assumiu o controle exclusivo de um setor-chave da fronteira, "de não ter autorizado o acesso à Polícia de Fronteira para salvar os migrantes".
"Esta é uma tragédia pela qual o estado do Texas é responsável", disse ele em comunicado no sábado.
O Departamento Militar, responsável pela Guarda Nacional do Texas, indicou que foi contatado pela patrulha fronteiriça na noite de sexta-feira sobre a situação de emergência, e sustentou que uma das suas unidades "revistou ativamente o rio com luzes e óculos de visão noturna", sem encontrar migrantes em perigo ou corpos.