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Casa Branca convoca refinarias diante da disparada de preços do petróleo

Biden pediu repetidamente às refinarias para aumentar sua capacidade de produção, em um momento em que o galão está em US$ 5, um nível histórico

Biden: alta geral dos preços nos Estados Unidos, corrói a popularidade do presidente (Sarah Silbiger/Reuters)

Biden: alta geral dos preços nos Estados Unidos, corrói a popularidade do presidente (Sarah Silbiger/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de junho de 2022 às 16h35.

Última atualização em 23 de junho de 2022 às 17h31.

O governo do democrata Joe Biden, que acusa as refinarias americanas de obterem lucros altos às custas de motoristas que pagam caro pela gasolina, convocou líderes do setor nesta quinta-feira, 23, para discutir formas de reduzir o alto preço do combustível.

O aumento das tarifas nos postos de gasolina, símbolo da alta geral dos preços nos Estados Unidos, corrói a popularidade do presidente, que há semanas tenta encontrar soluções para baixar o custo do galão de gasolina (3,78 litros).

Biden pediu repetidamente às refinarias para aumentar sua capacidade de produção, em um momento em que o galão está em US$ 5, um nível histórico.

"Teremos uma conversa séria com eles para ver o que podemos alcançar", disse a secretária de Energia, Jennifer Granholm, na quarta-feira.

"Sabemos que seis refinarias fecharam desde 2020... E queremos perguntar se é possível colocar algumas para funcionar, aumentar a produção" de combustível, acrescentou.

Esses grupos "obtêm lucros enormes. Portanto, não se trata de financiar" investimentos, destacou Granholm. "Talvez eles precisem de algo mais?", se perguntou.

Chevron, Phillips66, BP e a poderosa federação da indústria petrolífera API confirmaram sua presença nesta reunião.

Joe Biden também incluiu ExxonMobil, Marathon, Valero e Shell na semana passada em uma carta pedindo às refinarias que tomem medidas "imediatas" para aumentar a produção de gasolina, diesel e combustível de avião.

Obter margens de lucro "historicamente altas" fazendo com que os americanos paguem por isso "não é aceitável", lançou então o presidente.

As refinarias americanas operam com 94% de sua capacidade, um nível muito alto, retrucou a API e a associação que reúne as refinarias, a AFPM. Os preços são definidos globalmente, argumentaram as empresas. E alguns locais foram fechados para serem transformados em usinas de produção de biocombustíveis.

O presidente da Chevron, Michael Wirth, repreendeu o presidente na terça-feira por "vilificar" o setor. Joe Biden respondeu horas depois dizendo que estava "um pouco suscetível".

Margens altas

A reunião "provavelmente não vai revelar nada significativo", opina Andrew Lebow, especialista do setor de energia da consultoria especializada Commodity Research Group.

"Se as refinarias pudessem produzir mais hoje, elas o fariam, vendo as margens altas que podem obter", disse ele. Talvez a produção aumente um pouco nas próximas semanas assim que alguns problemas operacionais em suas instalações forem resolvidos, acrescentou.

Para Kevin Book, da ClearView, é mais "o tom da reunião" que pode ter algum efeito. "Conversar calmamente com o setor permitirá que os barris sejam desbloqueados com mais facilidade do que atacá-lo incessantemente em público", considera.

O governo poderia ajudar facilitando, por exemplo, a contratação de caminhoneiros e o fornecimento de areia para exploração de óleo de xisto, afirmou. "Mas se a reunião terminar mal, o impasse pode piorar", acrescenta.

Os preços do petróleo foram inicialmente impulsionados por um forte aumento na demanda após a pandemia de covid-19 e depois pelas sanções impostas pelas potências ocidentais à Rússia após a invasão da vizinha Ucrânia em 24 de fevereiro.

Para baixar os preços nos postos de gasolina, Joe Biden pediu ao Congresso na quarta-feira que suspenda um imposto federal sobre a gasolina de 18 centavos por galão por três meses, um pedido que gerou ceticismo de muitos especialistas, que acreditam que essa medida só aumentará a demanda ao reduzir o preço durante a temporada de maior consumo.

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