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Casa Branca alerta que "não é tão fácil" reverter acordo com Cuba

"Não é algo tão fácil como pode parecer com base em um só tweet", disse o porta-voz da Casa Branca, se referindo às declaraçõe de Trump no Twitter

Trump: "Há 110 voos diários programados entre os EUA e Cuba nos próximos meses", lembrou o porta-voz de Obama (Jonathan Ernst/Reuters)

Trump: "Há 110 voos diários programados entre os EUA e Cuba nos próximos meses", lembrou o porta-voz de Obama (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 18h47.

Washington - A Casa Branca alertou nesta segunda-feira que "não é tão fácil" reverter a aproximação com Cuba iniciada pelo presidente Barack Obama, já que essas medidas teriam notáveis consequências "econômicas e diplomáticas".

"Não é algo tão fácil como pode parecer com base em um só tweet", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em sua entrevista coletiva diária sobre ameaças feitas por Trump nas redes sociais.

Earnest se referia à mensagem publicada horas antes por Trump em sua conta oficial no Twitter, na qual afirmava que "se Cuba não está disposta a fazer um acordo melhor para o povo cubano, e os cubano-americanos em seu conjunto, porei um fim no acordo".

"Canceler tudo representaria um enorme golpe econômico para os cidadãos cubanos", alegou Earnest, ao lembrar que várias empresas de turismo americanas, como Airbnb, Marriott e Starwood, receberam licenças para operar em Cuba.

A política de normalização também promoveu "notáveis benefícios" às empresas americanas e ao setor agrícola, lembrou Earnest, além de aumentar de turistas do país as viagens à ilha, que estimulam com seus gastos a economia local.

"Há 110 voos diários programados entre os EUA e Cuba nos próximos meses", lembrou o porta-voz de Obama.

Earnest também falou que uma volta da inimizade com Cuba afetaria as relações dos EUA com o resto da América Latina, que estão no "melhor ponto" graças ao fim da "irritante" tensão com Havana.

O porta-voz também defendeu a decisão de Obama de não criticar Fidel Castro no comunicado divulgado no sábado por causa do falecimento do ex-presidente de Cuba, no qual disse simplesmente que a história "julgará" o líder da revolução cubana. Já Trump tachou Fidel de "brutal ditador" que reprimiu seu próprio povo.

"Não se pode negar o tipo de violência que ocorreu em Cuba sob o regime de Castro. Divulgar um feroz comunicado e nos envolver em recriminações mútuas que estão atadas ao passado em nada servirá para melhorar as liberdades em Cuba", acrescentou o porta-voz.

O senador republicano de origem cubana Marco Rubio e outros anticastristas criticaram Obama por não mencionar a repressão de Castro na nota, mas Earnest destacou que o presidente prefere "olhar para o futuro", sem esquecer o passado.

Nem Obama nem o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, devem viajar a Cuba para o funeral de Fidel, informou Earnest, que não confirmou se a Casa Branca enviará uma delegação oficial à cerimônia.

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