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Cartunista e editor estão entre os mortos do ataque a jornal

O caricaturista Jean Cabut, conhecido pelo nome de Cabu, e Stéphane Charbonnier, editor do jornal, que usava o pseudônimo Charb, estão entre os mortos


	Defesa civil em frente à sede do Charlie Hebdo: dez jornalistas e dois policiais foram mortos
 (Kenzo Tribouillard/AFP)

Defesa civil em frente à sede do Charlie Hebdo: dez jornalistas e dois policiais foram mortos (Kenzo Tribouillard/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 14h30.

Paris - Homens mascarados, gritando "Allahu akbar!" (Deus é Grande!), invadiram o escritório do jornal satírico Charlie Hebdo nesta quarta-feira, matando 12 pessoas antes de fugirem.

Foi o pior ataque terrorista na França em pelo menos duas décadas.

O caricaturista Jean Cabut, conhecido pelos leitores pelo nome de Cabu, e Stéphane Charbonnier, editor do jornal, que usava o pseudônimo Charb, estão entre os mortos.

Dez jornalistas e dois policiais foram mortos. Um dos policiais havia sido designado para atuar como guarda-costas de Charb.

O ministro do Interior Bernard Cazeneuve disse que as forças de segurança realizam buscas em toda a cidade à procura dos homens que atacaram a publicação.

Corinne Rey, cartunista que afirmou ter sido forçada a permitir a entrada dos homens no prédio do jornal, disse que eles falavam francês fluentemente e que afirmaram ser da Al-Qaeda.

Em entrevista ao jornal l'Humanite, ela declarou que a ação deve ter durado uns cinco minutos.

O presidente francês François Hollande chamou a ação contra a publicação, que costuma atrair críticas de muçulmanos, de "um ataque terrorista, sem dúvida".

Segundo ele, vários outros ataques foram evitados na França "nas últimas semanas".

A França elevou seu nível de alerta de segurança para o patamar mais alto e reforçou a segurança em templos, lojas e escritórios de empresas de comunicação e de transporte.

As principais autoridades do governo realizam uma reunião de emergência nesta tarde e Hollande deve fazer uma declaração em rede nacional de televisão hoje à noite.

Uma testemunha que trabalha nas proximidades, Benoit Bringer, disse à rede iTele que viu vários homens mascarados, armados com rifles automáticos no escritório da revista, no centro de Paris.

Os homens subiram ao segundo andar do prédio e começaram a realizar disparos de forma indiscriminada na redação, informou Christophe DeLoire, integrante do grupo Repórteres Sem Fronteiras.

"Este é o dia mais negro da história da imprensa francesa", afirmou ele.

Luc Poignant, funcionário do sindicato dos policiais de Paris, disse que os homens fugiram num carro que os estava esperando e que, mais tarde, trocaram de veículo, usando um carro que havia sido roubado.

A porta-voz da promotoria de Paris, Agnes Thibault-Lecuivre, confirmou que 12 pessoas morreram no ataque.

Imagens publicadas no site da emissora estatal France Televisions mostram dois homens vestidos de preto num cruzamento, aparentemente fazendo disparos. O grito de "Allahu akbar" pode ser ouvido em meio aos disparos.

Minutos antes do ataque, o jornal havia tuitado uma charge do líder do grupo Estado Islâmico com suas resoluções de Ano Novo.

A charge, intitulada "ainda não há ataques na França" traz a caricatura de um combatente extremista dizendo "Espere, ainda temos até o final de janeiro para fazermos nossas resoluções de Ano Novo".

O jornal recebe muitas ameaças por causa das caricaturas do profeta Maomé e outras charges controversas que publica.

Seu escritório foi alvo de bombas incendiárias em 2011, após uma edição na qual Maomé estava na capa. Desde então, o semanário havia mudado de endereço e estava sob escolta da polícia.

Cerca de um ano mais tarde, o semanário publicou mais caricaturas do profeta, atraindo críticas de muçulmanos de todo o mundo.

Os ataques levaram à intensificação das medidas de segurança na capital francesa. O atentado desta quarta-feira é um dos piores em Paris desde 1995, quando uma bomba explodiu na estação de metrô Saint-Michel, matando oito pessoas.

Hollande afirmou que vários ataques terroristas foram evitados nas últimas semanas. "Nós sabíamos que estávamos sob ameaça, como outros países do mundo", disse ele. 

"Estamos sob ameaça porque somos um país de liberdade e porque somos um país de liberdade vamos afastar as ameaças e punir os agressores."

Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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