Carstens: "Compartilho da posição brasileira a respeito daquilo que o Brasil gostaria de ver no âmbito financeiro internacional em 100% em alguns pontos" (Win McNamee/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2011 às 23h42.
Washington - O chefe do Banco Central mexicano, Agustín Carstens, se apresentou como um construtor de consensos com diversas experiências em lidar com a crise econômica durante uma entrevista com o conselho do Fundo Monetário Internacional na terça-feira.
Ele foi o primeiro candidato a ser entrevistado pelo conselho do FMI, formado por 24 membros, que decidirá até 30 de junho quem será o próximo diretor-gerente da entidade credora internacional.
A ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, se apresentará ao conselho na quarta-feira e é considerada amplamente como a favorita na corrida para conquistar o mais alto posto do órgão.
Carstens reconheceu que tem menos possibilidades. Contudo, advertiu que ter um europeu no comando da entidade enquanto se tenta resolver a crise de dívida da Europa poderia constituir um conflito de interesses.
A posição de diretor-gerente ficou vaga no mês passado depois da repentina renúncia do francês Dominique Strauss-Kahn, que enfrenta acusações de tentativa de estupro de uma camareira de hotel em Nova York.
Carstens disse que identificou quatro desafios para o próximo diretor-gerente do FMI: aumentar a influência no fundo dos países em desenvolvimento, fortalecer a vigilância da economia global, aumentar a capacidade de prevenir crises e supervisionar a coordenação de políticas em nível global.
"Não abordar esses temas corre-se o risco de diminuir a relevância do FMI e alienar seus membros", disse Carstens ao conselho, segundo comunicado divulgado pela entidade.
"Consideraria minha maior responsabilidade servir como guardião da imparcialidade e da natureza cooperativa da instituição, uma vez que são a base de sua sobrevivência e eficácia", acrescentou.