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Carnes, aviões e Mercosul estão na pauta da viagem de Lula ao Japão e ao Vietnã

Presidente fará viagem à Ásia entre 24 e 29 de março e passará por dois países

O presidente Luiz Inacio Lula da Silva, durante evento em Brasília (Evaristo Sá/AFP)

O presidente Luiz Inacio Lula da Silva, durante evento em Brasília (Evaristo Sá/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 22 de março de 2025 às 08h02.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja para a Ásia nesta semana e passará pelo Japão e Vietnã. Esta será sua primeira viagem internacional deste ano e a primeira desde que sofreu uma lesão na cabeça, em outubro. Entre os objetivos, estão tentar abrir mercados para a carne brasileira, bem como buscar novas vendas de aviões da Embraer.

No Japão, onde chega na segunda-feira, 24, Lula vai negociar a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira. Além disso, o presidente buscará avançar nas negociações para um acordo comercial entre o país asiático e o Mercosul.

"Uma das nossas expectativas é a abertura do mercado japonês para produtos brasileiros, especialmente carne bovina e suína in natura", disse o embaixador Eduardo Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, em conversa com jornalistas. 

LEIA MAIS: Carne bovina brasileira se prepara para desembarcar no Japão — e mira mais três países em 2025

A missão brasileira espera conseguir um compromisso político do Japão para o envio ao Brasil de uma missão das autoridades sanitárias japonesas para inspecionar as condições da produção de carne bovina do país. Esse seria um dos passos necessários para o Brasil acessar o mercado de carne bovina japonês.    

O Japão importa cerca de 70% da carne bovina que consome, o que representa cerca de US$ 4 bilhões ao ano. Desse total, 80% são importados dos Estados Unidos e da Austrália.

No país, Lula terá uma visita de Estado. Será recebido pelo imperador Naruhito e terá uma reunião de trabalho com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba

Haverá ainda um evento empresarial realizado com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com participação de 500 empresários. "Serão nomes do setor de alimentos, agronegócio, aeroespacial, bebidas, energia, logística e siderurgia, entre outros. Há previsão de assinatura de atos em diversas áreas, tanto no setor público como também no setor privado, na área de ciência e tecnologia, combustível sustentável, educação, pesca, recuperação de pastagens, entre outros", afirmou o embaixador.

Saboia apontou que o Japão é parceiro mais tradicional do Brasil na Ásia e o 9º maior investidor estrangeiro no país, com um estoque de US$ 35 bilhões de investimentos nos últimos três anos. 

Em 2024, Brasil e Japão registraram intercâmbio comercial de US$ 11 bilhões, com superávit brasileiro de US$ 146,8 milhões. O Brasil exporta carne de aves (frescas ou congeladas), alumínio, carne suína, celulose, café não torrado e minério de ferro, entre outros produtos. 

Já as importações do Brasil são compostas por partes e acessórios de veículos automotivos, instrumentos e aparelhos de medição, motores de pistão e demais produtos da indústria de transformação.

Aviões ao Vietnã

No setor de aviação, há o plano de estimular a venda de aeronaves da Embraer. No Vietnã, as empresas aéreas estão ampliando suas frotas. O CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, faz parte da comitiva brasileira e irá aos dois países, onde aeronaves da empresa brasileira são usados há alguns anos. 

LEIA MAIS: Recorde de vendas e lucro bilionário: até onde vai a super Embraer?

Além disso, em fevereiro, a companhia japonesa ANA encomendou 15 jatos E-190-E2 da Embraer, que serão entregues a partir de 2028. 

No Vietnã, o presidente Lula debaterá um plano de ação para elevar o país ao nível de Parceiro Estratégico do Brasil, tipo de relação que facilitaria aumentar parcerias e investimentos. Entre as nações do Sudeste Asiático, apenas a Indonésia é um parceiro estratégico do Brasil.

O Vietnã é o quinto maior comprador global das exportações do agronegócio brasileiro e é um dos principais produtores mundiais de café, arroz e produtos eletrônicos. O comércio entre os dois países atingiu US$ 8 bilhões. E a ideia é chegar a uma meta de US$ 15 bilhões em 2025", conforme dados do Itamaraty. 

Com Agência Brasil.

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