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Manuscrito pode ter sido decisivo na eleição de Bergoglio

O cardeal cubano Jaime Ortega revelou um manuscrito cujo conteúdo "pôde ter influenciado na escolha dos cardeais"


	Cardeais se reúnem na Capela Sistina para começar o conclave: o manuscrito de quatro pontos menciona que a evangelização "é a razão da Igreja" e que, por isso, "deve sair de si mesma e ir em direção às periferias".
 (REUTERS / Vaticano)

Cardeais se reúnem na Capela Sistina para começar o conclave: o manuscrito de quatro pontos menciona que a evangelização "é a razão da Igreja" e que, por isso, "deve sair de si mesma e ir em direção às periferias". (REUTERS / Vaticano)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2013 às 14h23.

Havana - O cardeal cubano Jaime Ortega revelou em Havana um manuscrito com as palavras pronunciadas por Jorge Bergoglio sobre a missão da Igreja em uma sessão antes do conclave, a qual pode ter decidido o voto dos cardeais.

O manuscrito foi entregue a Ortega pelo próprio Bergoglio antes do mesmo ser eleito como papa, sendo que seu conteúdo "pôde ter influenciado na escolha dos cardeais" no último 13 de março, informou nesta terça-feira a revista da Igreja Católica cubana "Palavra Nova".

De acordo com a fonte, o arcebispo de Havana pediu a Bergoglio uma cópia de seu discurso na congregação geral de cardeais prévia ao conclave, "por coincidir" com seu pensamento sobre a Igreja.

O então cardeal primaz da Argentina negou ter uma cópia de suas palavras, mas, no dia seguinte, entregou um texto escrito de próprio punho a Ortega e também autorizou sua divulgação.

O site da "Palavra Nova" precisa que, em um encontro posterior entre o cardeal cubano e o já eleito papa Francisco no Vaticano, este "ratificou sua autorização para divulgar o texto, cujo original Ortega guarda como um tesouro especial da Igreja e uma lembrança privilegiada do atual pontífice".

O manuscrito de quatro pontos, que pode ser lido na integra no site da revista católica, menciona que a evangelização "é a razão da Igreja" e que, por isso, "deve sair de si mesma e ir em direção às periferias".

Em sua avaliação sobre as características que devia ter o novo pontífice, Bergoglio considerou que o mesmo deveria ser "um homem que, a partir de sua adoração a Jesus Cristo, ajudasse a Igreja a sair de si rumo às periferias existenciais".


"Quando a Igreja não sai de si mesma para evangelizar se torna auto-referencial e doente (...) Os males que, ao longo do tempo, ocorreram nas instituições eclesiais têm uma raiz de auto-referencialidade, uma espécie de narcisismo teológico", declarou Bergoglio.

Além disso, o papa ressaltou que há duas imagens da Igreja: "a Igreja evangelizadora que sai de si (...) ou a Igreja mundana que vive em si, de si, para si".

"Isto deve dar luz às possíveis mudanças e reformas que temos que fazer para a salvação das almas", acrescentou Bergoglio no manuscrito. 

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