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Cardeal australiano é condenado a seis anos de prisão por pedofilia

Pell foi detido em 27 de fevereiro, após ser condenado por um júri por abusar sexualmente de duas crianças de 13 anos

George Pell: cardeal australiano chegou a ser o terceiro mais importante da hierarquia do Vaticano (Mark Dadswell/Reuters)

George Pell: cardeal australiano chegou a ser o terceiro mais importante da hierarquia do Vaticano (Mark Dadswell/Reuters)

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EFE

Publicado em 13 de março de 2019 às 08h18.

Sydney - O cardeal australiano George Pell, que chegou a ser o terceiro mais importante da hierarquia do Vaticano, foi condenado nesta quarta-feira (data local) a seis anos de prisão por cinco crimes de pedofilia contra dois menores, que foram cometidos há mais de 20 anos.

O juiz Peter Kidd, do tribunal do estado de Victoria, detalhou que Pell deverá cumprir três anos e oito meses da condenação antes de pedir liberdade condicional, o que poderia fazer a partir de outubro de 2022.

O juiz disse também na leitura da sentença que, durante os fatos, o cardeal Pell, que então era arcebispo de Melbourne, atuou com "surpreendente arrogância" e que no julgamento "sustentou sua inocência, o que é seu direito", mas ao mesmo tempo nunca mostrou "remorso ou contrição".

Pell foi detido no último dia 27 de fevereiro - à espera de conhecer sua sentença -, após ser condenado por um júri por abusar sexualmente de duas crianças de 13 anos do coro da catedral de St Patricks, no leste da cidade.

O juiz Kidd ressaltou na sentença que o abuso contra os dois meninos do coro, ainda vestido com seu traje religioso oficial, foi "um ataque sexual descarado e forçado contra as vítimas".

"Os atos foram sexualmente gráficos, ambas vítimas estavam visivelmente e audivelmente angustiadas durante a ofensa", ressaltou o juiz, ao insistir que Pell estava consciente de seus atos e inclusive não reagiu quando uma das crianças lhe pediu que os deixasse ir.

Após ler a sentença, o juiz, que ressaltou que sua decisão "não foi simples" e assegurou que levou em consideração tanto a gravidade dos crimes como a idade e a saúde de Pell, entre outros elementos, pediu ao cardeal que assinasse o registro de agressores sexuais, onde permanecerá "por toda a vida".

A sentença é divulgada depois que um júri considerou Pell culpado em dezembro do ano passado dos cinco crimes pelos quais era acusado, embora o veredito só tenha sido anunciado em 26 de fevereiro após o arquivamento de um segundo caso contra o hierarca da Igreja católica por supostos abusos sexuais contra menores na década de 1970 na sua cidade natal, Ballarat.

A defesa de Pell já apresentou um recurso contra sentença, que será analisado em junho.

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