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Cardeais se reúnem com Papa para falar sobre a família

Em novembro passado, Francisco lançou uma consulta mundial sobre a evolução da família moderna


	Papa Francisco: o pontífice e o conselho de cardeais que o assessora, o chamado "G-8", discutiram a delicada situação do Banco do Vaticano
 (Andreas Solaro/AFP)

Papa Francisco: o pontífice e o conselho de cardeais que o assessora, o chamado "G-8", discutiram a delicada situação do Banco do Vaticano (Andreas Solaro/AFP)

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Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 18h00.

Vaticano - Cerca de 180 cardeais, entre eles o arcebispo do Rio de Janeiro Dom Orani Tempesta, foram convidados pelo Papa Francisco para participar nesta quinta e na sexta-feira de uma assembleia extraordinária sobre a evolução e os desafios da família contemporânea, no Vaticano.

Este primeiro Consistório convocado pelo papa argentino será realizado na sala do Sínodo e vai ser iniciada com uma oração e uma saudação do decano dos cardeais, o italiano Angelo Sodano, ex-secretário de Estado de João Paulo II.

Após a oração inicial, o presidente emérito do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, o cardeal alemão Walter Kasper, teólogo conhecido por suas posições progressistas em relação aos divorciados que se casam novamente, fará um discurso introdutório sobre o assunto a ser discutido.

Em novembro passado, Francisco lançou uma consulta mundial sobre a evolução da família moderna, por meio de um questionário enviado aos bispos de todo o mundo com temas tabus, como o casamento homossexual e o divórcio, em preparação para este encontro.

Com as respostas recebidas, o Vaticano elabora um documento que pretende refletir as várias visões dos cristãos e será amplamente debatido durante o sínodo, a assembleia dos bispos, a ser realizada em outubro de 2014, uma instância mais ampla e aberta.

A posição dentro da Igreja Católica daqueles que não cumprem suas "regras", como os que convivem sem se casar ou os divorciados que voltam a contrair o matrimônio, é um dos assuntos que preocupa a nova hierarquia da Igreja.

O tema será abordado nos próximos dias de forma "desordenada" e livre, segundo explicou o porta-voz do Papa, padre Federico Lombardi.


Finanças e banco do Vaticano

O Papa Francisco e o conselho de cardeais que o assessora, o chamado "G-8", discutiram durante esta semana a delicada situação do Banco do Vaticano, abalado nos últimos anos por escândalos de corrupção, lavagem de dinheiro e por intrigas.

Um relatório com várias propostas sobre as estruturas financeiras e o futuro do Instituto para as Obras de Religião (IOR) foi entregue ao Papa pelos cardeais.

"Cabe ao Santo Padre seguir ou modificar essas propostas, mas o conselho cumpriu sua tarefa", declarou Lombardi durante uma coletiva de imprensa.

Segundo o porta-voz, o grupo deverá se reunir novamente entre os dias 28 e 30 de abril, depois da canonização de João Paulo II e João XIII, e entre os dias 1º e 4 de julho.

Em uma entrevista a um jornal francês, o cardeal hondurenho Oscar Rodríguez Maradiaga, coordenador do G-8, propôs a criação de um Ministério das Finanças no Vaticano, que seria responsável por regulamentar as diferentes estruturas econômicas.

Os primeiros cardeais de seu pontificado

Paralelamente ao Consistório, Francisco se prepara para entregar no sábado o barrete vermelho, o título de cardeal aos primeiros 19 novos cardeais de seu pontificado, dos quais 16 eleitores, ou seja, que podem escolher seu sucessor durante um conclave.

Francisco privilegiou a igreja da América Latina com a nomeação de seis cardeais oriundos de Brasil, Argentina, Chile, Haiti, Nicarágua e da ilha caribenha de Santa Lúcia.

Entre eles está o arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani Tempesta.

Com estas designações, o Papa modifica o equilíbrio do Colégio Cardinalício, órgão mais importante da Igreja, para torná-lo menos eurocêntrico.

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