Conclave: primeiro escrutínio será realizado ainda na noite de terça (Franco Origlia/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 3 de maio de 2025 às 10h11.
As conversas para encontrar um sucessor para o papa Francisco continuam no Vaticano, onde os cardeais iniciaram neste sábado, 3, a sua nova rodada de "congregações gerais", reuniões a portas fechadas antes do conclave que começará na próxima quarta-feira.
Atravessando uma multidão de peregrinos e jornalistas, vários cardeais chegaram à pé às 9h da manhã para a reunião realizada no salão Paulo VI do Vaticano, onde cardeais eleitores e não eleitores debatem as questões prioritárias da Igreja.
Na sexta-feira, mais de 180 deles estiveram presentes nestas sessões matinais, incluindo mais de 120 eleitores com menos de 80 anos.
Ao todo, 133 cardeais eleitores se trancarão na Capela Sistina em 7 de maio para um conclave do qual não sairão até que um papa seja eleito por uma maioria de dois terços.
Muitos preveem um conclave curto, mas a duração permanece uma incógnita.
"Não sabemos, esperamos que o Senhor nos diga. Encontraremos o sucessor de São Pedro", declarou o arcebispo de Singapura, William Seng Chye Goh, considerado um conservador, ao chegar no local.
O arcebispo de Argel, capital da Argélia, Jean Paul Vesco, tido como progressista, disse que "espera profundamente" por um futuro papa na continuidade de Francisco, que "foi como o pai do filho pródigo, que abre seus braços e seu coração. É isso que esperamos de um Santo Padre". "Devemos descobrir aquele que o Senhor já escolheu", acrescentou.
"Precisaríamos de muito mais tempo de oração conjunta, mas tenho certeza de que, no momento certo, estaremos prontos e daremos à Igreja o papa que o Senhor quer", enfatizou.
A programação do conclave começa às 10h de terça-feira com uma missa votiva na Basílica de São Pedro. Nomeada Pro Eligendo Romano Pontifice, a celebração é dedicada à orientação espiritual dos cardeais antes da eleição. Às 16h30, os eleitores se reúnem na Capela Paulina, onde entoam a Ladainha de Todos os Santos antes de se dirigirem em procissão à Capela Sistina.
PARA TER CONTEXTO...
Na entrada da capela, os cardeais juram sigilo absoluto sobre todos os detalhes do processo. Eles também se comprometem a rejeitar qualquer interferência externa na escolha do pontífice.
O juramento inclui a promessa de aceitar, com fidelidade, a missão de liderar a Igreja Católica, caso sejam eleitos.
Após o juramento, o mestre das cerimônias litúrgicas proclama extra omnes, expressão em latim que ordena a saída de todos os que não participam do conclave. Em seguida, o cardeal Raniero Cantalamessa, pregador emérito da Casa Pontifícia, oferece uma meditação final antes do início da votação.
O primeiro escrutínio será realizado ainda na noite de terça. A partir de então, os cardeais votarão quatro vezes por dia — duas pela manhã e duas à tarde.
Os votos são queimados ao final de cada rodada e, por meio da chaminé instalada na Capela Sistina, será possível saber se o papa foi escolhido.
A expectativa é que o processo dure dias, mas a fumaça branca pode surgir a qualquer momento, encerrando um dos rituais mais antigos e reservados da Igreja Católica.