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Cardeais iniciam isolamento no Vaticano para o conclave

Conclave no Vaticano começa oficialmente amanhã, com 133 cardeais votando para eleger o 267º papa da história da Igreja Católica

Conclave no Vaticano: cardeais iniciam isolamento para a escolha do novo papa (Osservatore Romano, via Reuters)

Conclave no Vaticano: cardeais iniciam isolamento para a escolha do novo papa (Osservatore Romano, via Reuters)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 6 de maio de 2025 às 09h45.

Os cardeais começam, nesta terça-feira, 6, a se instalar na residência de Santa Marta e outras dependências do Vaticano, onde permanecerão isolados do mundo durante o conclave até a escolha do sucessor do papa Francisco.

A identidade do futuro pontífice é a grande incógnita para 1,4 bilhão de católicos e para o mundo, depois que o pontificado reformista do jesuíta argentino despertou um fervor popular e uma divisão dentro da Igreja.

"Há vários perfis, muitas personalidades que poderiam ser escolhidas. Eu diria que pelo menos cinco ou seis", declarou o cardeal e arcebispo de Argel, Jean-Paul Vesco, ao jornal italiano Corriere della Sera.

O conclave começará oficialmente na quarta-feira. A partir das 15h00 (10h00 de Brasília) de 7 de maio, os sinais de telefonia serão cortados no interior do Vaticano para isolar os cardeais de influências externas, anunciou a Santa Sé.

Durante o conclave, os "príncipes da Igreja" devem permanecer sem telefone, sem acesso à internet ou a meios de comunicação, e conservar o sigilo sobre tudo que diz respeito à eleição do novo sumo pontífice.

Na vizinha praça de São Pedro, milhares de pessoas permanecerão com os olhares voltados para a chaminé instalada no teto da Capela Sistina à espera de vislumbrar a fumaça branca, primeiro sinal da eleição do 267º papa.

As eleições de Bento XVI em 2005 e a de Francisco em 2013 levaram dois dias. Mas alguns analistas acreditam em um processo mais longo em 2025, em particular por ser o conclave mais internacional da História, com cardeais procedentes de 70 países.

Sigilo e Preparativos para o Conclave

Um total de 133 cardeais eleitores - com menos de 80 anos - participarão na eleição. A maioria foi elevada a este nível durante o pontificado do primeiro papa latino-americano.

O número elevado de cardeais fez com que a residência de Santa Marta, onde eles costumam se hospedar desde o conclave de 2005, ficasse pequena: um edifício vizinho, que geralmente abriga funcionários do Vaticano, foi habilitado para o momento histórico.

Antes de 2005, os cardeais se hospedavam em quartos improvisados no Palácio Apostólico, mais desconfortáveis e com poucos banheiros, razão que motivou o papa João Paulo II a determinar a construção da atual residência.

Santa Marta, onde Francisco decidiu morar, dispõe de quartos com banheiro privado e serviços similares aos de um hotel. A distribuição dos quartos entre os cardeais foi definida por sorteio.

Os purpurados podem entrar em seus quartos entre esta terça-feira e a missa de quarta-feira na basílica de São Pedro que precede o conclave. Eles devem manter seus celulares bem guardados.

Os funcionários que prestarão apoio durante a eleição - médicos, ascensoristas, trabalhadores do refeitório e dos serviços de limpeza, entre outros - também juraram na segunda-feira manter sigilo sobre o que acontecerá, sob pena de excomunhão.

Nesta terça-feira, os cardeais organizaram a última reunião preparatória, que aconteceram quase diariamente desde o falecimento de Jorge Mario Bergoglio em 21 de abril. Nos encontros, eles abordam várias questões sobre a Igreja.

Ao final, os cardeais fizeram um apelo à paz "na Ucrânia, Oriente Médio e muitas outras regiões do mundo", em uma declaração escrita. Na véspera de sua morte, Francisco fez um último apelo para pedir o fim dos conflitos.

Nas reuniões, os cardeais também conversaram sobre as finanças do Vaticano, o escândalo das agressões sexuais, a unidade da Igreja e o perfil do próximo papa. Muitos cardeais aproveitaram para se conhecer.

As discussões também alimentam sua reflexão a respeito do voto final na Capela Sistina, diante do afresco do Juízo Final pintado por Michelangelo no século XVI e a portas fechadas.

"Há candidatos, por assim dizer, naturais, aqueles que já são conhecidos por seu papel e sua personalidade. E depois há aqueles que falam e fazem você pensar: esta é uma afirmação forte. Mas não há nenhum que 'esmague' os outros, ninguém em que você possa pensar: será ele", afirmou Vesco.

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