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Cardeais conservadores desafiam papa sobre temas polêmicos

O pontífice já se desentendeu com conservadores que temem que ele esteja enfraquecendo os ditames católicos no tocante a temas morais

Papa: a maioria dos críticos se concentrou no que a carta papal disse sobre a reintegração plena de membros que se divorciam e voltam a se casar em cerimônias civis à igreja (Tony Gentile/Reuters)

Papa: a maioria dos críticos se concentrou no que a carta papal disse sobre a reintegração plena de membros que se divorciam e voltam a se casar em cerimônias civis à igreja (Tony Gentile/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 13h28.

Quatro cardeais conservadores católicos fizeram um raro desafio público ao papa Francisco nesta segunda-feira no tocante a alguns de seus ensinamentos em um documento de peso sobre a família, acusando-o de semear confusão a respeito de temas morais importantes.

Os cardeais -dois alemães, um italiano e um norte-americano- disseram que foram a público com sua carta ao papa por este não tê-la respondido.

O pontífice já se desentendeu com conservadores que temem que ele esteja enfraquecendo os ditames católicos no tocante a temas morais, como a homossexualidade e o divórcio, enquanto se concentra em problemas sociais como a mudança climática e a desigualdade econômica.

Estão em questão alguns dos ensinamentos da encíclica de 260 páginas "Amoris Laetitia" (A Alegria do Amor), documento que é um pilar da tentativa de Francisco de tornar a igreja de 1,2 bilhão de católicos mais inclusiva e menos condenatória.

No documento, emitido em abril, ele pede que a igreja seja menos rígida e mais compassiva com quaisquer membros "imperfeitos", como aqueles que se divorciaram e voltaram a se casar, dizendo que "ninguém pode ser condenado para sempre".

A maioria dos críticos se concentrou no que a carta papal disse sobre a reintegração plena de membros que se divorciam e voltam a se casar em cerimônias civis à igreja.

Pela lei da igreja, eles não podem receber a comunhão a menos que se abstenham de sexo com os novos parceiros, porque seu primeiro casamento ainda é válido aos olhos da igreja e por isso se considera que eles estão vivendo em um estado pecaminoso de adultério.

Na encíclica, o papa pareceu se aliar aos progressistas que propuseram um "fórum interno" no qual um padre ou bispo decide em cada caso, conjuntamente com o indivíduo, se ele ou ela pode ser reintegrado plenamente e receber a comunhão.

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