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Cápsula de "assistência ao suicídio" causa polêmica na Suíça

Várias pessoas foram presas por "incitação e assistência ao suicídio" sem a presença de um médico

O aparelho é uma pequena cabine em que a pessoa, depois de responder algumas perguntas, libera nitrogênio para dar fim à própria vida ((Photo by ARND WIEGMANN / AFP))

O aparelho é uma pequena cabine em que a pessoa, depois de responder algumas perguntas, libera nitrogênio para dar fim à própria vida ((Photo by ARND WIEGMANN / AFP))

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 14h25.

Várias pessoas foram detidas na Suíça após o uso de uma cápsula de "assistência ao suicídio", uma espécie de sarcófago que permite que uma pessoa tire a própria vida sem a ajuda de um médico, segundo informou a polícia local nesta terça-feira.

O aparelho é uma pequena cabine. Lá, a pessoa que deseja por um fim à vida deve se deitar e responder a uma série de perguntas para confirmar que compreende o que está fazendo antes de pressionar um botão que libera nitrogênio.

A pessoa perde a consciência após alguns segundos e morre em questão de minutos, segundo a associação que promove o uso da cápsula.

Problemas com a lei

O Ministério Público da Suíça foi informado na segunda-feira por um escritório de advocacia que "um suicídio assistido com o uso da cápsula Sarco havia ocorrido à tarde".

"O Ministério Público do cantão de Schaffhausen (na fronteira com a Alemanha) abriu um processo criminal contra várias pessoas por incitação e assistência ao suicídio, e várias pessoas foram detidas", informa a nota.

De acordo com a imprensa local, esta foi a primeira vez que o dispositivo foi usado. "A cápsula de suicídio foi confiscada e (o corpo do) falecido foi levado para uma autópsia", indicou a polícia.

Em julho, os promotores do dispositivo o apresentaram e expressaram o desejo de realizar o primeiro uso na Suíça, o que causou grande comoção, pois o suicídio assistido é permitido no país, mas sempre com a supervisão de um médico.

No final daquele mês, a pessoa que seria a primeira a utilizar a cápsula, uma mulher americana na casa dos 50 anos, foi excluída devido à deterioração de seu estado mental.

Na segunda-feira, a ministra do Interior da Suíça disse que a "cápsula de suicídio não está em conformidade com a lei".

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