O candidato da oposição da Venezuela, Henrique Capriles: Capriles também chamou Maduro de "espúrio". (REUTERS/Marco Bello)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Caracas - O candidato opositor Henrique Capriles pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que não proclame Nicolás Maduro presidente eleito da Venezuela nesta segunda-feira, como havia anunciado horas antes o organismo.
"Às duas da tarde enviamos um comunicado solicitando responsavelmente, no exercício de nosso direito, que não exista um ato de proclamação" de Maduro, disse Capriles em uma entrevista coletiva à imprensa.
O opositor foi mais além em suas afirmações, lançando um ataque contra o candidato governista.
"Se você vai e corre para se proclamar, você é um presidente ilegítimo e assim o anuncio à Venezuela e ao mundo", disse Capriles, que também chamou Maduro de "espúrio".
Capriles lembrou que Madurou havia aceitado no domingo à noite a recontagem de cem por cento dos votos, depois de o líder da oposição ter rejeitado os resultados anunciados pela Comissão Eleitoral, que deram a vitória ao candidato chavista com 50,66% dos votos contra 49,07% do líder da oposição, uma diferença absoluta de apenas 235.000 votos.
Para o caso de Maduro ser proclamado, Capriles convocou um "panelaço" às 20h00 (21h30 no horário de Brasília) e uma mobilização na terça-feira em frente aos colégios eleitorais de todo o país para pedir a recontagem de votos.
"Peço ao povo venezuelano que pegue suas panelas às oito da noite, para que seja ouvida a voz do povo, que o barulho seja ouvido em todo o mundo", pediu.
E para quarta-feira convocou seus partidários para uma marcha em Caracas até a sede da CNE para exigir a recontam dos votos. "Comigo à frente, iremos à CNE com tudo isso que está sendo dito aqui", declarou.
"Nós não podemos dizer 'vamos fechar os olhos e não dizer nada", acrescentou Capriles. "Com paz e força, vamos lutar pelo país".
Capriles disse ainda ter "informações de oficiais das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas que agora estão presos, que foram detidos ontem por exigirem o cumprimento da Constituição" e o respeito à vontade do povo.
*matéria atualizada às 17h24