O capitão do navio do Greenpeace Artic Sunrise, o americano Peter Willcox: número de ativistas que deixaram a prisão subiu para 19 (Kirill Andreev/AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2013 às 12h02.
Moscou - O capitão do navio do Greenpeace Artic Sunrise e outros membros da tripulação detidos em setembro no Ártico deixaram a prisão nesta sexta-feira, mediante pagamento de fiança, após mais de dois meses sob custódia, anunciou a ONG.
O capitão americano Peter Willcox - que comandou em 1985 o navio Rainbow Warrior dinamitado pelo serviço secreto francês na Nova Zelândia -, o suíço Marco Weber, os holandeses Faiza Oulahsen e Mannes Ubels, o canadense Paul Ruzycki, os britânicos Kieron Bryan e Anthony Perrett e o argentino Hernan Miguel Perz Orzi deixaram seu centro de detenção em São Petersburgo (noroeste) após o pagamento da fiança fixada em 2 milhões de rublos (45.000 euros) para cada.
A Justiça também decidiu conceder liberdade sob fiança para o sueco-americano de origem russa Dmitri Litvinov e ao russo Roman Dolgov.
Até o momento, apenas um militante, o australiano Colin Russell, teve sua prisão preventiva prorrogada por mais três meses, até 24 de fevereiro. Segundo o embaixador australiano na Rússia, ele deverá recorrer da decisão.
O presidente russo Vladimir Putin afirmou nesta sexta-feira que as autoridades não têm a intenção de interferir neste caso.
"A direção política da Rússia não tem a intenção de interferir neste processo", declarou após uma reunião em São Petersburgo como o primeiro-ministro turco Recep Eyyip Erdogan.
"Não temos a intenção de agravar o que quer que seja ou manter em detenção alguém em particular", acrescentou.
O Tribunal Internacional do Direito Marítimo, com sede em Hamburgo, na Alemanha, deve se pronunciar sobre o caso às 14h00,
A Holanda acionou esta jurisdição da ONU, competente para resolver disputas marítimas internacionais, exigindo várias "medidas provisórias", incluindo a libertação da tripulação e do navio.
Na quinta-feira, um tribunal de Murmansk (noroeste da Rússia) rejeitou o pedido da ONG contra o confisco do Arctic Sunrise.
Os 30 membros da tripulação presos em setembro, depois de uma ação contra uma plataforma de petróleo da Gazprom no Ártico, foram acusados de pirataria e, ao final de outubro, de vandalismo. Não está claro se a primeira acusação, que pode ser punida com até 15 anos de prisão, será retirada, enquanto a segunda pode levar a uma pena de até sete anos de detenção.
*Atualização às 13h03 de 22/11/2012