Sea-Watch: capitã de barco humanitário que atracou na Ilha de Lampedusa sem autorização italiana é liberada pela Justiça (reprodução/AFP/AFP)
AFP
Publicado em 2 de julho de 2019 às 19h42.
Um juiz italiano se pronunciou a favor, na noite desta terça-feira (2), à libertação da alemã Carola Rackete, capitã do navio humanitário "Sea-Watch", detida no último sábado após atracar e desembarcar 40 imigrantes de forma ilegal na ilha de Lampedusa.
O juiz responsável pelo caso disse à imprensa italiana que um decreto da Itália sobre segurança não é "aplicável às ações de resgate". O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, que deplorou a decisão do judiciário, disse que a capitã alemã estaria sujeita a uma medida de expulsão para seu país porque é "perigosa para a segurança nacional".
O afastamento do território italiano, com acompanhamento para a fronteira, ainda deve ser confirmado pelas autoridades judiciais, disse Salvini. "Voltará para a sua Alemanha, onde não seriam tão tolerantes com um italiano se ele tivesse atentado contra a vida de um policial alemã ", disse o vice-primeiro-ministro e líder da Liga (extrema-direita).
A ONG Sea-Watch postou no Twitter um comunicado sobre a libertação da alemã: "Estamos aliviados pelo fato da nossa capitã ter sido liberada! Não havia razão para detê-la, porque ela estava engajada na defesa dos direitos humanos no Mediterrâneo e assumiu suas responsabilidades onde nenhum governo europeu se envolveu".
A alemã de 31 anos foi presa na manhã de sábado e colocada sob prisão domiciliar em Lampedusa, depois transferida na segunda-feira para Agrigento, da qual depende a pequena ilha italiana.
O navio humanitário Sea-Watch, comandado por Carola, que abrigava 42 imigrantes, quebrou a proibição de entrar em águas italianas na semana passada e atracou na ilha siciliana de Lampedusa, após 15 dias bloqueados pelas autoridades italianas.