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Capitã de navio humanitário pede foco na crise dos refugiados

Carola Rackete disse que todo dia há barcos que estão partindo da costa líbia com pessoas fugindo da guerra civil que está em curso no país

Carola Rackete: Ativista alemã está sendo processada pela Itália por ter desembarcado na ilha de Lampedusa um grupo de refugiados líbios sem autorização (Guglielmo Mangiapane/Reuters)

Carola Rackete: Ativista alemã está sendo processada pela Itália por ter desembarcado na ilha de Lampedusa um grupo de refugiados líbios sem autorização (Guglielmo Mangiapane/Reuters)

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Reuters

Publicado em 10 de julho de 2019 às 17h50.

Berlim — A capitã de um navio que está sendo investigada por levar imigrantes à terra firme desafiando ordens da Guarda Costeira da Itália pediu que seu caso não se torne uma distração da crise humanitária no mar Mediterrâneo.

Carola Rackete, que ancorou o Sea-Watch 3 na ilha italiana de Lampedusa neste mês, falava de um local não revelado da Sicília onde está escondida devido às ameaças que recebeu. "Embora muito da atenção esteja sobre mim, a situação no mar Mediterrâneo continua como antes", disse Rackete, de 31 anos, em uma entrevista realizada pela Sea-Watch, a instituição de caridade para a qual trabalha.

"Todo dia há barcos que estão partindo da costa líbia, refugiados que estão fugindo da guerra civil que está acontecendo na Líbia", acrescentou a alemã. "Eles são sequestrados, são torturados, são vendidos como escravos".

Após uma redução acentuada na chegada de imigrantes, os números voltaram a subir em junho, e os contrabandistas de pessoas levam cada vez mais barcos lotados para as profundezas de águas internacionais para escapar da Guarda Costeira líbia financiada pela Itália.

Autoridades líbias negaram as alegações de abuso e dizem que os imigrantes são detidos para sua própria proteção.

A prisão de Rackete provocou uma crise diplomática entre Roma e Berlim, e autoridades alemãs criticaram a decisão de apresentar acusações contra ela por supostamente colocar sob risco a vida de policiais quando atracou sua embarcação, que foi confiscada.

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