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Capela Sistina terá estufas para assegurar cor da fumaça

Ainda não se sabe como será o método usado para que não se suceda o que ocorreu em 1978, durante a eleição de João Paulo I, quando a fumaça que saiu da capela foi cinza


	Conclave no Vaticano: hoje foi realizada a terceira reunião preparatória para o conclave, que contou com a participação de 110 dos 115 cardeais eleitores.
 (©afp.com / Andreas Solaro)

Conclave no Vaticano: hoje foi realizada a terceira reunião preparatória para o conclave, que contou com a participação de 110 dos 115 cardeais eleitores. (©afp.com / Andreas Solaro)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Cidade do Vaticano - Pela primeira vez serão usadas na Capela Sistina duas estufas em um conclave, uma para queimar as cédulas dos votos e a outra da qual sairá a fumaça branca ("la fumata blanca"), que indica ao mundo que há um pontífice, e a fumaça preta ("La fumata negra"), que significa que a Igreja continua sem um papa.

O porta-voz vaticano, Federico Lombardi, afirmou nesta terça-feira que apenas a queima das cédulas com palha não seria suficiente para mostrar ao mundo se o que sai da chaminé da capela é a fumaça branca ou negra. Para que não ocorram equívocos, será usada uma estufa exclusivamente para mostrar ao mundo, "de maneira indubitável", de qual fumaça se trata.

Até agora, a negra era resultado da queima das cédulas com palha úmida. E para conseguir a fumaça branca, a palha deveria estar seca.

Por enquanto, ainda não se sabe como será o método usado para conseguir a cor desejada e não se suceda o que ocorreu em 1978, durante a eleição de João Paulo I, quando a fumaça que saiu da capela foi cinza. Nas escolhas de João Paulo II e Benedicto XVI o erro se repetiu e a fumaça demorou a ficar totalmente branca, causando dúvidas em todo o mundo.

As estufas serão colocadas nos próximos dias. Hoje, equipes técnicas do Vaticano começaram a preparar a Capela Sistina para acolher o segundo conclave do terceiro milênio, cuja data de início ainda foi fixada.

Hoje foi realizada a terceira reunião preparatória para o conclave, que contou com a participação de 110 dos 115 cardeais eleitores, que são aqueles como menos de 80 anos, como estabalece as normas da Igreja.


Ainda faltam chegar no Vaticano o patriarca copta católico Antonius Najib, do Egito; o cardeal alemão karl Lehmann; o vietnamita Jean-Baptiste Pham Minh Mân; o de Hong Kong, John Tonh Hon; e o de Varsóvia, Kazimierz Nycz.

Embora o cardeal decano, Angelo Sodano, tenha dito que na carta convocatória foi informado que a data do conclave seria estabelecida com a presença de todos os eleitores, Lombardi esclareceu hoje que a presença de todos os cardeais em Roma só é necessária para o dia da votação.

Entre hoje e amanhã só será realizada duas reuniões, o que segundo Lombardi demonstra que os cardeais desejam se aprofundar sobre a situação da Igreja e não têm pressa.

Hoje, discursaram na congregação geral 11 cardeais, que falaram sobre as atividades da Santa Sé e dos dicastérios (ministérios), as relações da Santa Sé com os episcopados de todo o mundo, a renovação da Igreja sob a luz do concílio Vaticano II, a situação da igreja e a necessidade de uma nova evangelização.

Amanhã também será realizada apenas uma sessão. À tarde, os cardeais se reunirão na basílica de São Pedro do Vaticano para rezar, "em um momento tão importante para a Igreja", disse Lombardi.

Nesta jornada, o Vaticano mostrou as três urnas que serão usadas no conclave. Uma para introduzir os votos, outra para recolher os votos já apurados e uma terceira para se algum cardeal adoecer durante o processo poder depositar a célula onde os religiosos estão instalados, na residência Santa Marta.


Neste segundo dia de congregação geral, os cardeais enviaram uma mensagem ao papa emérito Bento XVI, na qual expressaram "gratidão" por seu "luminoso ministério" e pelo exemplo "de generoso zelo pastoral para o bem da Igreja e do mundo".

O decano do Colégio Cardinalício acrescentou que essa gratidão "representa o reconhecimento de toda a Igreja por seu incansável trabalho na vinha do Senhor".

Os cardeais evitaram hoje fazer declarações à imprensa e não se sabe se o Vatileaks, como é conhecido o escândalo da publicação de documentos privados de Bento XVI e do Vaticano, que revela intrigas e conflitos no pequeno estado, foi analisado pelos religiosos.

Os cardeais americanos Francis George e Donald Wuerl afirmaram ontem que com certeza o Vatileaks seria debatido. Segundo o cardeal o brasileiro Raymundo Damasceno o caso "pesará" na hora de se escolher o papa, já para o espanhol Carlos Amigo Vallejo o tema será "irrelevante". 

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