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Candidatura de Obama encontra resistência no ''sul interior''

As maiores resistências se apresentam numa faixa de território que vai do leste de Oklahoma ao oeste da Carolina do Norte e inclui os montes Apalaches

A média de voto de Obama entre os democratas caiu para 72,7% (Saul Loeb/AFP)

A média de voto de Obama entre os democratas caiu para 72,7% (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2012 às 21h04.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tem garantida a candidatura do Partido Democrata para a reeleição em novembro, mas segue encontrando resistências que abalam sua liderança entre o eleitorado democrata no chamado ''sul interior''.

Embora a temporada de eleições primárias e caucus do Partido Republicano tenha recebido muito mais atenção pela presença de vários oponentes, o Partido Democrata também realiza as suas primárias.

As maiores resistências a Obama se apresentam no ''sul interior'', uma faixa de território que vai do leste de Oklahoma ao oeste da Carolina do Norte e inclui os montes Apalaches.

Esta região tem suas diferenças com o Velho Sul, e foi há um século e meio palco das campanhas e batalhas mais sangrentas da Guerra Civil Americana (1861-1865).

Nos 16 estados do país onde os eleitores tiveram uma alternativa democrata a Obama nas primárias, inclusive a possibilidade de apoiar um candidato independente ou simplesmente um delegado ''não comprometido'', o presidente recebeu uma média de 84,6% dos votos.

Mas nos cinco estados do sul interior, onde houve um candidato prévio e que fez campanha, a média de voto de Obama entre os democratas caiu para 72,7%.

Este desempenho de Obama nessa região não é novidade: na corrida presidencial de 2008, quando foi um dos vários pré-candidatos do Partido Democrata, obteve vitórias no ''sul interior''.


Irritado durante aquela experiência, Obama disse, sem perceber que o microfone estava ligado, que ''há gente que se aferra a suas armas e sua religião''.

O comentário despertou a antipatia duradoura da população majoritariamente branca, cristã conservadora e apegada a seus revólveres e espingardas, muito reticente a votar em um negro, ainda quando também pertencente ao Partido Democrata.

Das primárias surgem os delegados que irão à Convenção Nacional Democrata no início de setembro em Charlotte, Carolina do Norte, que oficializará a candidatura de Obama.

Obviamente, seria conveniente ao candidato um partido unificado, e não com uma minoria ruidosa de dissidentes.

Nas primárias democratas realizadas nesta terça-feira em Kentucky, Obama obteve 58% dos votos de respaldo, enquanto os demais 42% dos eleitores se mostraram ''não comprometidos'', o que quer dizer que esses delegados irão a Charlotte sem a obrigação de apoiar a candidatura do presidente.

Em Arkansas, Obama recebeu 58,4% dos votos, enquanto 41,6% foram para John Wolfe, que já concorreu nas primárias da Louisiana, Missouri e New Hampshire e que estará nas do Texas na semana que vem.

Wolfe, advogado do Tennessee, foca sua campanha na oposição à lei da reforma do sistema de saúde, promulgada em 2010, marcas de campanha da primeira Presidência de Obama.

Em janeiro, em New Hampshire, um conjunto de candidatos democratas obteve 18% dos votos, inclusive 10% de participantes que decidiram anotar outro nome em vez do de Obama.

Na Carolina do Norte, o território onde os democratas terão sua convenção em pouco mais de três meses, mais de 20% dos participantes das primárias democratas se definiram como ''não comprometidos''.

Nas primárias de Oklahoma, no início de março, Obama obteve apenas 57% dos votos, enquanto o militante antiaborto Randall Terry conseguiu 18% e o restante se repartiu entre três demais candidatos.

No início de maio, nas primárias da Virgínia Ocidental, o presidente dos Estados Unidos recebeu 57,3% dos votos democratas, enquanto 42,7% foi para Keith Judd, um indivíduo que cumpre pena em uma prisão federal do Texas. EFE

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