Fernando Lugo: o Mercosul e a Unasul disseram que só reconhecerão o governo que assumir após as eleições de abril. (John Vizcaino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 15h28.
Assunção - A Frente Guasú, coalizão composta por partidos minoritários de esquerda do Paraguai, oficializou nesta quinta-feira a candidatura ao Senado nas eleições gerais de abril do ex-presidente Fernando Lugo, destituído em junho do ano passado.
A coalizão, que levou Lugo ao poder em 2008 e que sofreu uma divisão em 2012, lançou a candidatura do ex-mandatário, assim como a dos candidatos a presidente e vice-presidente, o médico Aníbal Carrillo e o dirigente camponês Luis Aguayo, respectivamente.
Os candidatos foram escolhidos por meio da realização de primárias no partido, celebradas no domingo e para as quais foram convocados 134.059 eleitores.
Lugo foi destituído da presidência em um controvertido julgamento político e substituído por seu então vice-presidente, Federico Franco, em 22 de junho de 2012.
Também disputarão a presidência nas eleições de abril os candidatos do governamental Partido Liberal Radical Autêntico, o senador e ex-ministro de Obras, Efraín Alegre, e do Partido Colorado (principal da oposição), Horacio Cartes.
Além deles, concorrerão o general reformado Lino Oviedo, pela União Nacional de Cidadãos Éticos, e o ex-apresentador de televisão Mario Ferreiro, da coalizão Avança País, uma cisão da Frente Guasú.
Já a Kuña Pyrenda, criada em 2012, lançou pela primeira vez uma chapa composta por mulheres: Lilian Soto, candidata à presidência e ex-ministra da Função Pública do governo de Lugo, e Magui Balbuena, postulante à vice-presidência e dirigente da Conamuri, organização de trabalhadores rurais e indígenas.
A etapa das primárias irá acabar no domingo, com as votações de mais cinco partidos. O Paraguai espera que após as eleições gerais o Mercosul e a Unasul retirem a suspensão à participação do país nos dois blocos, aplicada em 29 de junho devido à destituição de Lugo.
O Mercosul e a Unasul consideraram que houve uma ruptura democrática no Paraguai e disseram que só reconhecerão o governo que assumir após as eleições de abril.