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Candidatos tribais se impõem em eleições na Jordânia

Um total de 1.425 aspirantes, entre eles 191 mulheres, disputou ontem as 150 cadeiras em disputa na câmara baixa, a única escolhida por voto popular


	Jordânia: participaram do pleito 56,5% dos 2,3 milhões de jordanianos registrados.
 (Wikimedia Commons)

Jordânia: participaram do pleito 56,5% dos 2,3 milhões de jordanianos registrados. (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 13h41.

Amã - Os candidatos tradicionais tribais dominarão a câmara baixa do Parlamento da Jordânia nos próximos quatro anos, segundo os resultados preliminares anunciados nesta quinta-feira pela Comissão Eleitoral Independente (CEI), que não revelou as porcentagens.

Em entrevista coletiva em Amã, o porta-voz da CEI, Hussein Bani Hani, tornou públicos os nomes de grande parte dos candidatos individuais que foram escolhidos no pleito legislativo realizado ontem, boicotado pela oposição islamita e de esquerda.

Até o momento, a comissão conta com dados de 39 das 45 circunscrições, por isso Bani Hani não informou os resultados obtidos pelas listas fechadas que concorriam em nível nacional por 27 das 150 cadeiras da câmara baixa.

O porta-voz se limitou a ler o nome dos candidatos, a circunscrição pela qual tinham ganho e o número de votos obtidos, sem entrar em detalhe sobre a ideologia ou a afiliação política dos futuros deputados.

Segundo analistas políticos consultados pela Agência Efe, os resultados preliminares indicam que os candidatos de origem tribal, grande base de apoio ao regime, obtiveram boa parte dos assentos da câmara.

Um total de 1.425 aspirantes, entre eles 191 mulheres, disputou ontem as 150 cadeiras em disputa na câmara baixa, a única escolhida por voto popular, já que o Senado é designando diretamente pelo rei Abdullah II.

Por sua vez, o presidente da CEI, Abdelelah Khatib, explicou na entrevista coletiva que os resultados completos das eleições não puderam ser anunciados devido ao atraso na chegada dos dados de alguns circunscrições.


Khatib justificou este atraso por ser a primeira vez que uma comissão independente supervisiona o pleito, uma função antes realizada pelo Ministério do Interior, acusado pela oposição de fraudar as votações.

O presidente da CEI reconheceu que seu órgão recebeu várias denúncias de irregularidades durante a votação, mas negou que sejam violações graves que afetam ao processo eleitoral.

Três candidatos que ganharam cadeiras - Ahmad Safadi, Mohammed Khashman e Adnan Abu Rukbeh, estão na prisão acusados de comprar votos nos últimos dias. A respeito, Khatib disse que depende da Justiça decidir sobre estes casos.

Quanto às chapas nacionais, fontes oficiais disseram à Efe que o Partido Corrente Nacional, do ex-presidente da câmara baixa Abdul Hadi Mayali, fracassou ao obter apenas duas cadeiras, superado pela Lista Islâmica Centrista, que conseguiu três.

Além disso, segundo essas fontes, haverá 17 mulheres deputadas, 15 delas graças à parcela feminina estabelecida na lei eleitoral, e duas que ganharam em competição direta com os homens, o que para alguns analistas representa um marco.

Participaram do pleito 56,5% dos 2,3 milhões de jordanianos registrados, um número reduzido levando-se em conta que 3,5 milhões tinham direito a voto.

Essas eleições parlamentares antecipadas, que fazem parte do processo de reformas prometido pelo monarca, foram realizadas após quase dois anos de frequentes protestos sociais inspirados na primavera árabe.

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