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Candidatos minoritários prometem surpreender em Portugal

Apesar das pesquisas darem a reeleição a Aníbal Cavaco Silva, "nanicos" querem levar a votação ao 2º turno

Manuel Alegre: minoritários podem tirar votos do candidato socialista em Portugal (Reprodução/YouTube)

Manuel Alegre: minoritários podem tirar votos do candidato socialista em Portugal (Reprodução/YouTube)

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Da Redação

Publicado em 20 de janeiro de 2011 às 08h40.

Lisboa - Um eletricista, um médico, um ex-prefeito e um antigo operário não perdem a esperança de surpreender nas eleições presidenciais do próximo domingo em Portugal e forçar o atual presidente, Aníbal Cavaco Silva, a um segundo turno.

Apesar de as pesquisas não comprovarem o otimismo, os quatro concorrentes independentes à chefia do Estado luso podem somar 15% dos votos, uma ameaça para o atual presidente, que confia em superar a barreira dos 50% no primeiro turno.

Como a maioria é de esquerda, os quatro aspirantes representam uma concorrência incômoda ao maior rival de Cavaco, o socialista Manuel Alegre, empenhado em disputar o segundo turno com o atual presidente embora ronde os 20% de apoio, segundo as pesquisas.

Francisco Lopes, apoiado pelos comunistas; Fernando Nobre, fundador da organização humanitária Assistência Médica Internacional (AMI); Defensor Moura, ex-prefeito socialista de Viana do Castelo; e José Manuel Coelho, deputado regional do arquipélago da Madeira, lutam para romper a lógica das pesquisas e a máquina dos dois grandes partidos lusos.

Dos quatro, o médico Nobre conseguiu ganhar apoio representativo durante a campanha e as intenções de voto a seu favor se situam em surpreendente 12,7%, de acordo com uma pesquisa do instituto Marktest divulgado por vários meios de imprensa lusos.

Com menos meios econômicos que Cavaco e Alegre, o fundador da AMI mostrou uma especial sensibilidade em direção às camadas mais desfavorecidas da sociedade, especialmente a terceira idade e os jovens desempregados.

Nobre, de 58 anos, foi o primeiro candidato a apresentar-se oficialmente às presidenciais após obter 7,5 mil assinaturas do aval que exige a legislação eleitoral lusa, uma tarefa titânica para alguns de seus companheiros de campanha.


O comunista Lopes, deputado e eletricista de profissão, aparece em quarto nas pesquisas e apesar de seu partido ter um eleitorado fiel próximo de 10%, na última pesquisa ele contabilizava 3% das intenções de voto.

Por representar o Partido Comunista Português (PCP), a quinta força política do país, Lopes pode tirar votos de Alegre, líder da ala mais critica do governante Partido Socialista (PS) e apoiado pelo marxista Bloco de Esquerda (BI), a quarta força parlamentar.

Além de atacar constantemente Cavaco, como todos os demais, Lopes, de 55 anos, focou seus discursos no problema do desemprego, de 11%, e em pedir estímulos ao setor produtivo, que considera desmantelado pelo capital estrangeiro.

Apesar de seu menor respaldo eleitoral - em torno de 1% e 2 % - também seguem percorrendo o país em busca de votos Defensor Moura, ex-prefeito de Viana do Castelo, e José Manuel Coelho, deputado do pequeno partido do arquipélago da Madeira Nova Democracia (PND).

Moura, de 65 anos e especialista em medicina interna, é deputado socialista, mas não conseguiu o apoio oficial do PS, que optou por Alegre.

Sua campanha alcançou certo eco no norte do país, onde foi prefeito entre 1994 e 2009, com o argumento de seu trabalho municipal e seu convencimento que é o único aspirante capaz de lutar contra a resignação que impregna o país.

Também defende a regionalização administrativa para superar os problemas econômicos e um diálogo "menos sectário" que ajude à coesão nacional.

Por último Coelho, de 58 anos e antigo pintor na construção civil, é o candidato mais controvertido e não hesita em comparar-se com o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o treinador luso de futebol José Mourinho.

Os discursos de Coelho deram cor à campanha do país, centrada na crise econômica e os ataques a Cavaco, mas não conseguiram destacá-lo nas pesquisas.

Coelho, que foi militante comunista até 1999, dirigiu os mais originais ataques aos candidatos favoritos e declarou-se, como os outros três candidatos minoritários, disposto a ganhar votos até o último momento de Cavaco e Alegre.

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