Jean-Luc Mélenchon: intenções de voto em Mélenchon no primeiro turno subiram de 13,5 por cento uma quinzena atrás para 17 por cento (Lionel Bonaventure/Reuters)
Reuters
Publicado em 6 de abril de 2017 às 10h23.
Paris - O candidato de extrema-esquerda Jean-Luc Mélenchon pode transformar a eleição presidencial da França em uma disputa de quatro nomes, segundo as últimas pesquisas de opinião, confirmando um aumento repentino de apoio na esteira de seu desempenho marcante em um debate televisivo nesta semana.
Duas pesquisas realizadas após o debate da noite de terça-feira entre os concorrentes colocaram o candidato apoiado pelo Partido Comunista só um ponto percentual ou dois atrás do terceiro colocado, o conservador François Fillon, em uma corrida imprevisível, dado que mais de um terço dos eleitores ainda estão indecisos.
Uma sondagem da empresa Harris Interactive divulgada nesta quinta-feira mostrou o centrista Emmanuel Macron com uma vantagem pequena sobre a líder de extrema-direita Marine Le Pen no primeiro turno de 23 de abril -- os dois aparecem com 25 e 24 por cento das intenções de voto, respectivamente.
Mas, a pouco mais de duas semanas da eleição, a grande novidade é a ascensão de Mélenchon, veterano da extrema-esquerda.
As intenções de voto em Mélenchon no primeiro turno subiram de 13,5 por cento uma quinzena atrás para 17 por cento, enquanto Fillon, cuja campanha foi abalada por alegações de nepotismo, viu sua marca permanecer nos 18 por cento.
Uma enquete separada do instituto Elabe, publicada na noite de quarta-feira, mostrou Mélenchon 2 pontos percentuais acima do índice da semana passada, portanto também com 17 por cento, e ainda diminuindo a distância de Fillon, que subiu um 1 ponto percentual e ficou com 19 por cento. Le Pen e Macron teriam 23,5 por cento cada.
Nos dois levantamentos Macron derrota Le Pen com folga no segundo turno de 7 de maio.
Figura carismática que critica duramente políticos do establishment com seu discurso incendiário, Mélenchon foi considerado pelas empresas de pesquisa como o candidato mais convincente no debate de quatro horas de terça-feira, assistido por mais de 6 milhões de pessoas.
Ele se chocou com Le Pen devido ao foco da rival nas tensões criadas pela religião na política, mas suas políticas em defesa de maiores proteções para o trabalhador e sua hostilidade à União Europeia em sua forma atual são semelhantes às de Le Pen.