Bogotá - O principal candidato da oposição nas eleições presidenciais da Colômbia, que serão realizadas no próximo domingo, negou qualquer participação em um escândalo de roubo de informações que manchou sua campanha, descrevendo o episódio como uma armadilha para prejudicar o crescente apoio que vem recebendo.
Oscar Iván Zuluaga, que superou por uma leve margem o presidente Juan Manuel Santos em recentes pesquisas de intenção de voto, foi instado no domingo a abandonar a corrida presidencial por um concorrente e por alguns legisladores, os quais disseram que um vídeo divulgado no fim de semana provou que o candidato mentiu sobre acusações de espionagem.
O vídeo mostrou seu ex-consultor se mídias sociais informando Zuluaga que havia obtido informação militar confidencial, aparentemente de maneira ilegal. Zuluaga não reage nem questiona seu acesso a segredos de Estado.
O vídeo pareceu contradizer as alegações de Zuluaga, feitas quando o hacker Andrés Sepúlveda foi preso por espionar as negociações de paz com rebeldes das Farc, de que qualquer espionagem ilegal que o consultor possa ter feito não possui nenhuma ligação com sua campanha. Zuluaga, na segunda-feira, pediu que os colombianos o apoiassem na eleição de domingo.
Ele chamou o vídeo de “montagem”, no qual áudio e imagens não se encaixam. “Este vídeo, feito ilegalmente, é claramente uma montagem e uma armadilha; pois para qualquer um que o tenha ouvido e visto com atenção, não há conversa ou declaração que demonstre conduta ilegal”, disse ele a repórteres.
Zuluaga disse que em pelo menos dois pontos do vídeo a manipulação é evidente e há partes onde o áudio não parece combinar com as imagens. Ele descreveu a gravação do filme em segredo como ilegal e disse não ter lembrança da reunião mostrada no vídeo, mas afirmou que isso é justificável, dada sua atribulada agenda.
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1. A Colômbia quer ser grande
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1/11 (Rusty Jarrett/Getty Images)
São Paulo - Os colombianos irão às urnas nesse fim de semana para decidir pelo próximo presidente do país. O atual, Juan Manuel Santos, quer um segundo mandato. O seu opositor é Óscar Ivan Zuluaga, apoiado pelo ex-presidente Álvaro Uribe. Santos é o favorito, mas não deve conseguir evitar um segundo turno. A
Colômbia tem crescido rapidamente na economia e pode até ultrapassar a Argentina como segunda maior economia do continente - atrás, claro, do Brasil. Mas os colombianos, apesar dos anos prósperos, ainda convivem com muita pobreza e violência - o maior exemplo é a guerra contra o narcotráfico e as Farc. Veja a seguir 10 fatos sobre a Colômbia para entender o panorama que cerca candidatos e eleitores nessas eleições:
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2. 2. Crianças
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2/11 (John Coletti/Corbis/Latinstock)
Mortalidade infantil: 15 mortes por 1.000 nascimentos (107º no mundo) Trabalho infantil: 9% das crianças entre 5 e 14 anos (988 mil crianças)
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3. 3. Trabalho
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3/11 (REUTERS)
Desemprego entre 15 e 14 anos: 21,9% Desemprego geral: 9,7%
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4. 4. Economia
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4/11 (Alfredo Estrella/AFP)
PIB: 526,5 bilhões de dólares (29º no mundo) Crescimento anual (2013): 4,2% Renda per capita: 11.100 dólares (110º no mundo)
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5. 5. Pobreza
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5/11 (Luis Acosta/AFP)
Pessoas abaixo da linha da pobreza: 32,7%
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6. 6. Violência
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6/11 (Jaime Saldarriaga/Reuters)
Status: 10º país mais violento do mundo Número de homicídios (2012): 14.670 casos Taxa de homicídios (2011): 33,6/100 mil habitantes
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7. 7. Cidades mais violentas
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7/11 (Eitan Abramovich/AFP)
Entre as 30 mais violentas:
4º - Cali - 83.20 por 100.000 habitantes 11º - Palmira - 60.86 por 100.000 habitantes
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8. 8. Igualdade de gênero
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8/11 (Getty Images/Getty Images)
91º do mundo, entre 186 países, segundo a ONU
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9. 9. Liberdade de imprensa
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9/11 (Luis Acosta/AFP)
Mortes: 45 jornalistas mortos em serviço entre 1994 e 2014 - 51% deles estavam investigando casos de corrupção - 91% foram assassinados: 37% mortos por paramilitares e milícias; e 20% por pessoas do governo colombiano
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10. 10. Otimismo
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10/11 (Pedro Felipe/Wikimedia Commons)
2º país mais otimista do mundo Nível de felicidade: 86% - Acredita que 2014 será melhor que 2013: 57% - Acredita que 2014 será um bom ano para a economia: 35% (Segundo pesquisa do Worldwide Independent Network of Market Research)
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11. Agora veja outras eleições importantes
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11/11 (Ueslei Marcelino/Reuters)