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Candidato afegão ameaça boicotar auditoria dos votos

A equipe do candidato à presidência Abdullah Abdullah ameaçou boicotar auditoria dos votos se reivindicações não forem aceitas


	Abdullah Abdullah, candidato presidencial do Afeganistão: "houve uma fraude", diz porta-voz
 (Mohammad Ismail/Reuters)

Abdullah Abdullah, candidato presidencial do Afeganistão: "houve uma fraude", diz porta-voz (Mohammad Ismail/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 08h27.

Cabul - A equipe do candidato à Presidência do Afeganistão Abdullah Abdullah ameaçou boicotar a auditoria dos votos caso suas reivindicações técnicas não forem aceitas até amanhã, quarta-feira, ao considerar que o processo está "influenciado politicamente".

"Houve uma fraude em grande escala durante as eleições, enquanto a auditoria está sendo um processo político", afirmou nesta terça-feira um porta-voz dos observadores de Abdullah, Fazal Ahmad Manawi, em entrevista coletiva.

No entanto, ao longo de toda a entrevista, realizada em Cabul, Manawi não chegou a especificar as exigências de seu partido.

A apuração está sendo realizada de acordo com as bases definidas pelas Nações Unidas, organismo mediador do processo, enquanto a equipe de Abdullah alegou hoje que as mesmas "não respondem suas preocupações".

A crise política no Afeganistão começou quando Abdullah se negou a aceitar o resultado da apuração preliminar de votos do segundo turno das presidenciais afegãs, o qual, com um respaldo de 56,4% dos votos, dava como vencedor o seu oponente Ashraf Gani.

Na ocasião, Abdullah ameaçou abandonar a disputa presidencial e criar um governo paralelo, já que, segundo ele, as eleições do país foram marcadas por uma "fraude em escala industrial" preparada por Gani, pelo saliente presidente Karzai e pela Comissão Eleitoral afegã.

No entanto, devido à mediação do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, os dois candidatos firmaram um acordo em relação a uma auditoria de 100% dos 8,1 milhões de votos depositados nas urnas. Após esse processo, de acordo com o combinado, um governo de união nacional seria formado pelo vencedor.

A apuração começou no último dia 17 de julho, mas foi interrompido em várias ocasiões por conta das diferenças entre as equipes de Abdullah e Gani, principalmente em relação aos parâmetros a serem adotados para invalidar ou não uma cédula.

A invalidação dos votos foi iniciada ontem e, se tudo ocorrer como o previsto, espera-se que o nome do próximo presidente da república islâmica seja anunciado dentro de poucos dias.

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