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Candidata de Trump para comandar CIA enfrenta teste de fogo no Senado

Indicado por Trump para comandar a CIA, Gina Haspel é acusada de ter dirigido torturas durante as investigações do atentado de 11 de Setembro

EUA: a nova comandante da CIA conta com o apoio total do presidente americano, Donald Trump (Kevin Lamarque/Reuters)

EUA: a nova comandante da CIA conta com o apoio total do presidente americano, Donald Trump (Kevin Lamarque/Reuters)

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AFP

Publicado em 9 de maio de 2018 às 10h57.

Escolhida por Donald Trump para comandar a CIA, Gina Haspel enfrenta nesta quarta-feira (9) um teste de fogo no Senado americano, onde prometerá não reviver os programas de tortura aplicados pela agência após os atentados do 11 de Setembro.

Haspel, 61 anos, que durante três décadas participou de operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA) - onde atualmente é subdiretora - dirigiu ao menos durante parte de 2002 uma prisão secreta na Tailândia, onde suspeitos de pertencerem à Al-Qaeda eram frequentemente torturados.

Durante o programa de torturas - vigente entre 2002 e 2005 -, a CIA levou os detentos para locais secretos ao redor do mundo e submeteu alguns a agressões e torturas que incluíam uma técnica de simulação de afogamento e elevados níveis de estresse.

Mais tarde, como funcionária de alta hierarquia da CIA, Haspel foi apontada como a responsável por destruir vídeos que mostravam tais práticas.

"Entendo que muitas pessoas em todo o país querem saber minha opinião sobre o antigo programa de detenções e interrogatórios da CIA", afirmará a funcionária, segundo trechos da declaração que deve fazer nesta quarta-feira durante uma audiência de confirmação no Comitê de Inteligência do Senado.

"Por ter servido neste período conturbado, posso oferecer meu compromisso pessoal, claro e sem reserva, de que sob minha liderança na CIA não será restabelecido tal programa de detenção e interrogatórios", deve completar.

Haspel tem o apoio total de Donald Trump.

"Minha muito respeitada indicada para ser diretora da CIA, Gina Haspel, tem sido muito criticada porque foi muito dura com os terroristas", tuitou Trump esta semana.

Entre os 13 membros da comissão do Senado (sete republicanos e seis democratas), vários demonstram ceticismo.

Quatro democratas (Kamala Harris, Dianne Feinstein, Ron Wyden e Martin Heinrich) solicitaram ao diretor de Inteligência Nacional, Dan Coats, que libere todos os documentos confidenciais relativos ao papel de Haspel nos programas de interrogatório da CIA.

Feinstein está preocupada com a possibilidade de "promover uma pessoa que esteve envolvida no programa de tortura à frente da CIA, a agência responsável por um dos capítulos mais sombrios da nossa história".

Desde 2016, Trump faz declarações contraditórias sobre a tortura. Ele a defende a título pessoal, mas deixou para o secretário de Defesa, Jim Mattis, a decisão de utilizá-la, e este é contrário à medida.

O resultado da audiência deve influenciar a votação sobre a indicação no Senado, que os republicanos esperam que aconteça até o fim de maio.

O partido do presidente tem maioria de 51 a 49 no Senado.

Em meio à polêmica sobre sua indicação por Trump, Gina Haspel chegou a sugerir a retirada de seu nome, de acordo com a imprensa americana, mas foi convencida por assessores da Casa Branca a seguir adiante.

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