Canadenses votam nesta segunda-feira, 28, para renovar o Parlamento em meio a tensões com os Estados Unidos (Stuart Franklin/Getty Images)
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Publicado em 28 de abril de 2025 às 06h01.
Última atualização em 28 de abril de 2025 às 06h08.
As eleições legislativas no Canadá ocorrem nesta segunda-feira, 28, em meio a um cenário de instabilidade política e tensões comerciais com os Estados Unidos. Cerca de 29 milhões de eleitores devem escolher 343 novos deputados para a Câmara dos Comuns , que, por sua vez, escolhem o novo primeiro-ministro. As eleições ocorrem após a renúncia do ex-primeiro-ministro Justin Trudeau, em janeiro.
Com a dissolução antecipada do Parlamento, o atual premiê Mark Carney, do Partido Liberal, lidera as pesquisas contra o conservador Pierre Poilievre.
Um levantamento da consultoria Nanos, divulgado no domingo, 27, pela Reuters, mostra o Partido Liberal com 43% das intenções de voto, enquanto os conservadores têm 38,9% .
O clima da eleição foi impactado por um ataque em Vancouver neste final de semana, quando um motorista atropelou participantes de um festival filipino, causando 11 mortes. Em solidariedade às vítimas, Carney suspendeu os eventos de campanha no último dia antes da votação .
A relação conflituosa com o presidente dos EUA, Donald Trump, também interfere no pleito. Trump elevou tarifas comerciais e sugeriu a anexação do Canadá, o que mobilizou parte do eleitorado a apoiar candidatos mais distantes de sua influência.
Poilievre, identificado com a retórica trumpista, viu sua vantagem nas pesquisas evaporar nas últimas semanas.
O líder do Partido Conservador tentou moderar o discurso na reta final, mas enfrenta rejeição ligada à sua proximidade ideológica com Trump.
Apesar de prometer cortes de impostos e redução do tamanho do Estado, sua imagem de "mini-Trump" atrapalhou o avanço nas províncias mais decisivas, como a Colúmbia Britânica.
Mark Carney, ex-presidente do Banco do Canadá e do Banco da Inglaterra, aposta no perfil técnico e na defesa da independência canadense como trunfos para conquistar a maioria no Parlamento e consolidar seu governo iniciado em março.