Pessoas aguardam em fila para encontrar recrutadores em uma feira de empregos em Nova York: o Canadá tem 1,4 milhão de desempregados (Shannon Stapleton/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2013 às 13h15.
Ottawa - O governo canadense apresentou nesta segunda-feira novas regras que restringem a contratação de trabalhadores estrangeiros temporários, no âmbito de uma polêmica iniciada no começo do mês, com a demissão de funcionários de um banco que queria substituí-los por trabalhadores indianos.
"Estamos preocupados pelos casos nos quais o programa (de recrutamento de trabalhadores estrangeiros temporários) tenha sido utilizado de maneira inadequada", declarou durante uma coletiva de imprensa o ministro da Imigração, Jason Kenney.
"Os canadenses devem continuar sendo os primeiros a poder aproveitar as ofertas de emprego", insistiu, lembrando que o programa em questão "busca satisfazer a falta" de trabalhadores em certos setores de maneira pontual, "e não substituir empregados canadenses".
No entanto, as mudanças introduzidas no ano passado na legislação multiplicaram o número de vistos concedidos, particularmente ao reduzir o prazo durante o qual um empregador devia garantir que nenhum canadense queria o emprego em questão antes de poder contratar um estrangeiro. Estas modificações legais também reduziam o salário básico dos trabalhadores estrangeiros temporários.
O número de vistos concedidos no âmbito deste programa duplicou em 2012 e chegou a 330.000, enquanto o Canadá tem 1,4 milhão de desempregados.
A rede de televisão pública CBC revelou no início de abril que funcionários do Banco Real do Canadá - primeira instituição financeira do país - seriam substituídos por trabalhadores indianos. Após a controvérsia, o banco desistiu da iniciativa. Mas rapidamente se soube que o mesmo estava ocorrendo no setor minerador, na restauração e nos transportes.
Com a apresentação na segunda-feira das novas restrições, as empresas que quiserem participar do programa deverão pagar mais por gastos administrativos e não poderão exigir de seus empregados o conhecimento de outras línguas que não sejam o inglês e o francês. E, sobretudo, os salários pagos não poderão ser mais de 15% inferiores aos pagos aos canadenses.