Austrália: campanha eleitoral do país foi marcada por episódios pitorescos (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2016 às 07h58.
Sydney (Austrália) - Um vídeo onde um candidato independente elimina a tiros seus rivais políticos é um exemplo das insólitas campanhas eleitorais das eleições gerais que serão realizadas na Austrália neste sábado.
O deputado Bob Katter, conhecido por suas excentricidades, aparece ao lado de duas pessoas vestidas com camisas dos principais partidos australianos enquanto, plantado no meio do deserto, um cartaz onde estava escrito: "Austrália à venda".
Na seguinte imagem, Katter sopra a fumaça que sai de sua arma, com os outros dois figurantes deitados no chão e o cartaz escrito um contundente "não".
O vídeo, divulgado em meados de junho na internet, causou rebuliço entre os candidatos da coalizão Liberal-Nacional e do Partido Trabalhista, os dois únicos partidos com opções de formar governo.
"É um desprezo total à perda de vidas, como as que vimos recentemente em Orlando", afirmou Carl Katter, meio-irmão gay do polêmico deputado protagonista da campanha, se referindo ao massacre ocorrido em uma boate dos Estados Unidos.
Durante a longa campanha que começou no início de maio, quando o primeiro-ministro Malcolm Turnbull anunciou a dissolução do parlamento e antecipou as eleições para quebrar o impasse político que tem dificultado sua administração.
O ministro das Finanças da Austrália, Mathias Cormann, elogiou por engano o líder da oposição, o trabalhista Bill Shorten, durante uma entrevista coletiva.
Cormann pronunciou diversas vezes o nome do opositor, ao invés do líder da coalizão de governo. Ele o descreveu como "amigável" e destacou seu plano econômico.
Outra campanha da coalizão que provocou uma avalanche de piadas nas redes sociais foi protagonizada por um trabalhador da construção defendendo as propostas liberais e onde se acusa o líder trabalhista de querer "ir à guerra" contra o investimento bancário e mineiro.
"Isso é um Rolex que você usa?" ou "Eu sou apenas um cara que gosta de cerveja, jogos de azar e uma carteira diversificada", foram algumas das provocações contra a propaganda, qualificada por muitos eleitores como distante da realidade.
Entre os trabalhistas, que perderam as últimas eleições em 2013, destaca a renúncia do candidato Christian Kunde depois que o jornal "The Daily Telegraph" recordou uma palestra na Universidade de Sydney onde ele relacionou a homossexualidade com o incesto.
O candidato liberal Daniel Parasiliti também teve problemas com a imprensa, ao ver novamente nas primeiras páginas alguns comentários feitos em 2013 e considerados sexistas contra a atriz Kristen Bell, assim como outras opiniões publicadas em seu perfil do Facebook denunciadas por ser ofensivas contra as mulheres.
A candidata Pauline Hanson, classificada como xenófoba por seus ideais, apoiou durante o período eleitoral um comentário do apresentador de TV Eddie McGuire, que ofereceu uma alta quantidade de dinheiro para quem afogasse um jornalista.
Um total de 1.625 candidatos de vários partidos e formações políticas participarão das eleições que serão realizadas no dia 2 de julho, onde a coalizão governante tem uma ligeira vantagem sobre os trabalhistas, segundo as últimas pesquisas.