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Campanha de Obama vê 'insulto' à AL em discurso de Romney

Romney garantiu que vizinhos dos EUA na América Latina "querem resistir à fracassada ideologia de Chávez e dos irmãos Castro e aprofundar os laços com os Estados Unidos"


	Obama: "Caracterizar a América Latina unicamente como Cuba e Hugo Chávez é um insulto, francamente", disse a ex-secretária de Estado Madeleine Albright em conferência organizada pela campanha de Obama
 (Getty Images)

Obama: "Caracterizar a América Latina unicamente como Cuba e Hugo Chávez é um insulto, francamente", disse a ex-secretária de Estado Madeleine Albright em conferência organizada pela campanha de Obama (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2012 às 22h00.

Washington - A campanha de reeleição do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, considerou nesta segunda-feira que o candidato republicano Mitt Romney "insultou" a América Latina ao mencionar somente Cuba e Venezuela durante seu discurso sobre política externa.

"Caracterizar a América Latina unicamente como Cuba e Hugo Chávez é um insulto, francamente", disse a ex-secretária de Estado Madeleine Albright em uma conferência telefônica organizada pela campanha de Obama.

Madeleine se referiu à única referência à América Latina feita pelo líder republicano durante seu discurso hoje sobre política externa no Instituto Militar da Virginia.

Romney garantiu que os vizinhos dos EUA na América Latina "querem resistir à fracassada ideologia de Hugo Chávez e dos irmãos Castro e aprofundar os laços com os Estados Unidos em comércio, energia e segurança".

"Mas em todos estes lugares, assim como no Oriente Médio, fazem a mesma pergunta: qual é a posição dos Estados Unidos?", acrescentou o candidato.


Madeleine, que foi secretária de Estado entre 1993 e 1997 durante a administração Bill Clinton, considerou que o discurso de Romney "esteve muito concentrado no Oriente Médio e acrescentaram algumas coisas para indicar que existem mais lugares no mundo".

"Quando se faz um grande discurso de política externa com apenas duas frases sobre a América Latina e muito pouco sobre África, China e Rússia, é um exemplo de um entendimento incompleto sobre o que é uma estratégia de segurança nacional", apontou.

Por sua parte, o porta-voz de campanha de Obama, Ben LaBolt, considerou que "está claro que a liderança (dos EUA) está em alta", e lembrou que o atual presidente assinou dois tratados de livre-comércio com Colômbia e Panamá e aumentou as exportações para o continente "em mais de 50% desde 2009".

LaBolt garantiu que o nível de aprovação dos Estados Unidos na América Latina subiu de uma média de 58% em 2008 para 72% no ano passado, e acrescentou que Obama "defendeu consistentemente nossos valores em toda a região".

Um dia depois da terceira reeleição de Chávez na Venezuela, LaBolt afirmou que enquanto Obama garantiu uma liderança "mais forte" dos Estados Unidos na América Latina, a posição do presidente venezuelano "é mais fraca", e ressaltou que esta é "sua vitória mais apertada até o momento".


Em relação à Síria, Madeleine considerou "pouco clara" a posição de Romney, que hoje afirmou que se ele fosse presidente dos Estados Unidos buscaria uma forma de fornecer armas para a oposição enfrentar o regime de Bashar al Assad.

A diplomata afirmou que no passado, Romney defendeu que o governo armasse diretamente os rebeldes, mas agora diz que somente "os ajudaria de alguma forma" a conseguir as armas.

Também criticou o fato de Romney dedicar uma parte do discurso à Rússia, país que classificou no passado como "o inimigo geopolítico número um" dos Estados Unidos, algo que "não tem absolutamente nenhum sentido", segundo Madeleine, que considerou como "superficial" a visão de política externa do rival de Obama.

Romney e Obama estão empatados em 47% das intenções de voto para as eleições de novembro, segundo uma pesquisa publicada hoje pelo Instituto Gallup, que mostra um fortalecimento do republicano após sua atuação no primeiro debate presidencial na última quarta-feira em Denver (Colorado). 

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