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Campanha de Kirchner é investigada por lavagem de dinheiro

Entre os intimados estão diretores das empresas relacionadas ao comércio de remédios Multipharma, Sanfor Saúde e Global Pharmacy


	Cristina Kirchner: o juiz os investiga por "participação na manobra" pela qual doaram à campanha presidencial em 2007 de Cristina 886 mil pesos
 (Juan Mabromata/AFP)

Cristina Kirchner: o juiz os investiga por "participação na manobra" pela qual doaram à campanha presidencial em 2007 de Cristina 886 mil pesos (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de março de 2016 às 12h52.

Buenos Aires - Um juiz federal da Argentina intimou de ex-funcionários do kirchnerismo e empresários do setor farmacêutico a depor em uma ação que investiga a lavagem de dinheiro nas doações à campanha eleitoral da ex-presidente Cristina Kirchner em 2007, informaram fontes judiciais à Agência Efe.

Entre os intimados estão diretores das empresas relacionadas ao comércio de remédios Multipharma, Sanfor Saúde e Global Pharmacy, assim como Héctor Capaccioli, Sebastián Gramajo e Hernán Diez, responsáveis de receber e administrar os fundos eleitorais da chapa kirchnerista Frente para a Vitória (Fpv).

O juiz Ariel Lijo os investiga por "participação na manobra" pela qual doaram à campanha presidencial em 2007 de Cristina 886 mil pesos (cerca de R$ 228 mil), através das contribuições dessas empresas.

"Colocaram em circulação no mercado dinheiro não declarado de origem ilícita com o objetivo de dissimular a fonte real dos recursos e obter a aparência de licitude destes", afirmou a resolução judicial de Lijo, divulgada hoje pelo Centro de Informação Judicial.

O texto também detalhou a modalidade que teria sido empregada na manobra.

As empresas em questão entregariam aos responsáveis da campanha eleitoral um cheque com a contribuição correspondente, recebendo em troca a fatura, mas antes da apresentação do cheque no banco, o montante necessário era coberto com depósitos em dinheiro para encobrir a origem do mesmo.

"Por se tratarem de depósitos deste tipo, sua origem é desconhecida e, além disso, as empresas não puderam justificá-los", acrescentou.

Em declarações a Rádio Nacional, Lijo afirmou hoje que se trata de uma investigação "que foi muito longa e que analisou muitas hipótese".

O juiz garantiu que é impossível estabelecer a origem desse dinheiro, já que as empresas não puderam justificar os depósitos e nenhuma das três tinha capacidade econômica suficiente para honrar esses pagamentos.

"Não tinham semelhança com os parâmetros de dinheiro que estas empresas manejavam e também não havia nenhum registro contábil do movimento do dinheiro", ressaltou, antes de acrescentar que houve contas que foram abertas somente para estes pagamentos.

Quanto aos responsáveis por receber e administrar esses fundos no Fpv, Lijo explicou que "deviam checar a origem" deles.

"A intimação a depor é porque temos um grau de conhecimento suficiente para que essas pessoas venham dar explicações", considerou.

Já em 2011, a justiça processou Capaccioli, ex-superintendente de Serviços de Saúde, dentro da investigação de uma chamada "máfia" para a venda de remédios vencidos ou adulterados, informaram fontes judiciais.

Várias pessoas, entre elas um ex-policial envolvido em um processo por tráfico de efedrina, foram detidas no país.

Em relação a um possível vínculo com essa ação, Lijo garantiu que se a origem do dinheiro supostamente lavado para a campanha de 2007 foi "por operações de efedrina ou não", isso nunca poderá ser estabelecido.

Carlos Horacio Torres e Néstor Osvaldo Lorenzo, presidente e diretor suplente da Multipharma, respectivamente, foram intimados a depor em 29 de março, e Solange Bellone, presidente da Sanfor Saúde e Gabriel Brito, titular da Global Pharmacy, no dia 30 de março.

Além disso, Capaccioli, Gramajo e Diez foram convocados para 31 de março.

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